Inflação acelera em outubro pressionando famílias na faixa de renda mais baixa, segundo Ipea

Por Redação Epoch Times Brasil
13/11/2024 16:03 Atualizado: 13/11/2024 16:03

A inflação em outubro de 2024 acelerou para todas as faixas de renda, exceto para a alta, segundo uma publicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As famílias de renda muito baixa foram as mais impactadas, enquanto a inflação para a renda alta foi menor devido a queda no preço das passagens aéreas.

As famílias de renda muito baixa sofreram um impacto significativo, com a inflação subindo de 0,58% em setembro para 0,75% em outubro. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelos aumentos nos preços dos alimentos e das tarifas de energia elétrica.

Por outro lado, a inflação das famílias de renda alta foi menos intensa, ficando em 0,27%. Isso se deve à queda nos preços das passagens aéreas (-11,5%) e dos combustíveis (-0,17%).

No acumulado do ano, a inflação para as famílias de renda muito baixa é a maior entre todos os grupos, chegando a 4,17%. Já para as famílias de renda alta, a taxa acumulada é de 3,20%.

Em termos de variação em doze meses, a inflação também é mais alta para as famílias de renda muito baixa (4,99%), enquanto as famílias de renda alta apresentaram uma inflação de 4,44%.

A diferença no impacto inflacionário reflete o peso proporcionalmente maior de despesas como alimentação e habitação no orçamento das famílias de renda mais baixa.

O grupo alimentação e bebidas, assim como o de habitação, foi identificado como um dos principais responsáveis pela pressão inflacionária em outubro.

Mesmo diante de deflações em segmentos como tubérculos (-2,5%), hortaliças (-1,4%) e frutas (-1,1%), os aumentos nos preços das proteínas animais – carnes (5,8%), frango (1,0%) e leite (2,0%) – além dos reajustes do óleo de soja (5,1%) e do café (4,0%), contribuíram para a alta do grupo.

No setor de habitação, a adoção da bandeira vermelha patamar 2 elevou as tarifas de energia elétrica em 4,7%.

Por outro lado, houve um alívio inflacionário proporcionado pelo grupo transportes, com quedas nas tarifas de ônibus urbano (-3,5%), trem (-4,8%) e metrô (-4,6%).

Além disso, houve uma deflação nos combustíveis (-0,17%). Esse movimento foi particularmente benéfico para as famílias de renda alta, que também se beneficiaram da queda de 11,5% no preço das passagens aéreas e de 1,5% no transporte por aplicativo.

Na comparação com outubro de 2023, observou-se uma aceleração da inflação para todas as faixas de renda, exceto para a faixa de renda alta, que apresentou uma desaceleração de 0,55% para 0,27%.

Segundo o relatório, os itens que mais pressionaram a inflação nos últimos doze meses foram o arroz (20,3%), feijão (12,2%), batata (36,4%), carnes (8,3%), óleo de soja (15,5%), leite (21,8%) e café (29,3%).