Indústria registra queda na produção, mas demanda crescente impulsiona contratações

Com recuo de 1,4% na produtividade, empresas intensificam a busca por trabalhadores para atender à alta demanda de mercado.

Por Matheus de Andrade
04/09/2024 23:57 Atualizado: 04/09/2024 23:57

A produção industrial brasileira caiu 1,4% em julho de 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, de janeiro a julho, a produtividade teve alta de 3,2%, insuficiente para acompanhar o aumento crescente da demanda. A necessidade de suprir a procura por bens tem levado à contratação de mão de obra, contudo, a produtividade ainda continua estagnada.

Dois dos quatro grandes setores da indústria foram afetados negativamente, com destaque para a queda de 3,1% nos bens de consumo semi e não duráveis, que haviam subido 4,5% no mês anterior. Bens intermediários também caíram 0,3%, após crescerem 2,3% em junho. Já os segmentos de bens de capital e bens de consumo duráveis seguiram em alta, com crescimentos de 2,5% e 9,1%, respectivamente.

Dados paralelos do Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (IPEA), mostram que no acumulado do ano a produção industrial apresentou alta de 2,6%, enquanto a demanda por bens industriais subiu 4,3%. Com o consumo em alta, as empresas enfrentam desafios para expandir a produção, o que gera a necessidade de novas contratações para compensar essa limitação.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), divulgado na quarta-feira (4), reflete essa dinâmica. O IAEmp subiu 1,5 ponto em agosto de 2024, chegando a 83,1 pontos, o maior nível desde setembro de 2022. A alta foi impulsionada pela expectativa de melhora nos negócios industriais, mas principalmente pela necessidade de contratações para atender à crescente da demanda.

Segundo o FGV IBRE, o crescimento do IAEmp foi liderado por setores como indústria e serviços, que vêm mostrando uma melhora gradual. O indicador de Situação Atual dos Negócios da Indústria que avalia o nível de produção, demanda e estoques foi o principal responsável. Visto que o nível de produção e estoque está baixo, a alta se deve principalmente ao aumento da demanda.

A expectativa para os próximos meses é de que a demanda continue em alta, o que deve pressionar ainda mais as empresas a buscar soluções para aumentar a capacidade produtiva. Isso inclui tanto a contratação de novos funcionários quanto a melhoria dos processos produtivos para lidar com a crescente busca por produtos pelo mercado.