Indígenas invadiram fazendas em Guaíra, no oeste do Paraná, na quinta-feira (17), e agrediram dois agricultores que iniciavam o plantio da safra de verão. Os trabalhadores foram atacados com paus e pedras ao tentar entrar com máquinas no campo.
Eles sofreram ferimentos graves e foram encaminhados para hospitais da região. Dois indígenas também ficaram feridos, mas recusaram atendimento médico.
A região de Guaíra enfrenta invasões de terras por indígenas da etnia Avá-Guarani há quase duas décadas, intensificadas após a derrubada da tese do Marco Temporal pelo STF em 2023.
Atualmente, só em Guaíra e nas cidades próximas, há 22 áreas ocupadas ilegalmente pela etnia, que reivindica a demarcação de aproximadamente 32 mil hectares – uma área equivalente a 320 quilômetros quadrados.
Os conflitos na região se intensificaram após a sinalização da Funai sobre a possível criação de uma reserva indígena. Ocupações de terras públicas e privadas se tornaram frequentes, aumentando a tensão. Agricultores afirmam que os indígenas tentam impedir o plantio para causar prejuízos econômicos, mas o real objetivo dos indígenas não está confirmado.
A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) lamentou o novo conflito em Guaíra e criticou a inércia do governo federal. Segundo a entidade, a insegurança jurídica enfrentada pelos produtores é preocupante. A Faep pediu ao governo federal que adote medidas e solicitou apoio de deputados federais, da Frente Parlamentar da Agropecuária e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Há cerca de um mês, em Terra Roxa, indígenas agrediram policiais da Força Nacional, presentes na região desde o início do ano para conter os confrontos. Na ocasião, um fuzil foi roubado dos agentes e recuperado horas depois.
Conforme reportado pelo Epoch Times, produtores rurais da região têm recorrido à Justiça para assegurar a posse de suas terras diante das invasões. Muitos obtiveram liminares de reintegração de posse, mas enfrentam dificuldades na execução dessas ordens.
A Funai contesta as liminares, argumentando que as áreas ocupadas são parte do território tradicionalmente reivindicado pelos indígenas. A disputa jurídica tem aumentado a tensão, com decisões judiciais sendo desafiadas e ações de reintegração de posse levando a novos confrontos.
Paralelamente aos conflitos, a Itaipu Binacional negocia a compra de 1,5 mil hectares para destinar aos indígenas, já que, segundo a empresa, essas comunidades não foram indenizadas pela perda de aldeias com a criação do lago da usina em 1982.
Agricultores da região, presentes desde a década de 1950, contestam a existência de aldeamentos indígenas na área.