O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) registrou um leve aumento de 0,3 ponto em agosto, alcançando 93,2 pontos. Essa é a terceira alta consecutiva do indicador, refletindo uma recuperação do otimismo dos consumidores em relação à economia.
No entanto, essa recuperação não é unânime quando analisada entre diferentes faixas de renda, apontando para uma desigualdade crescente na percepção econômica.
O que é o Índice de Confiança do Consumidor (ICC)?
O ICC é um indicador econômico que mede o grau de otimismo ou pessimismo dos consumidores em relação à situação econômica atual e às expectativas para o futuro.
Esse índice é composto por dois subindicadores: o Índice de Expectativas (IE), que avalia as expectativas dos consumidores para os próximos meses, e o Índice da Situação Atual (ISA), que mede a percepção sobre o momento presente.
Alta do Índice de Expectativas (IE)
Em agosto de 2024, o Índice de Expectativas (IE) subiu 0,3 ponto, atingindo 101,4. O principal fator que impulsionou esse crescimento foi a percepção positiva sobre a situação futura da economia, que avançou 2,0 pontos, chegando a 111,4 pontos, o maior nível desde abril deste ano.
Além disso, o ímpeto de compras de bens duráveis também registrou alta pelo terceiro mês consecutivo, crescendo 1,1 e alcançando 87,8.
Apesar desses avanços, as expectativas para as finanças futuras das famílias apresentaram um desempenho negativo, com queda de 2,3 pontos, atingindo 104,8 pontos.
Esse contraste sugere que, embora os consumidores estejam mais confiantes na recuperação econômica em geral, ainda há incertezas significativas sobre a estabilidade financeira individual.
Evolução do Índice de Situação Atual (ISA)
O Índice de Situação Atual (ISA) também subiu 0,3 ponto, alcançando 81,9 em agosto, o que representa o maior nível desde novembro de 2023. O ISA reflete a percepção dos consumidores sobre o presente, incluindo condições como emprego e poder de compra. A alta desse índice indica uma leve melhora na percepção da situação econômica atual.
No entanto, essa alta foi resultado de movimentos opostos dentro dos indicadores que compõem o ISA. Enquanto a percepção sobre as finanças pessoais das famílias recuou 0,3 ponto, para 70,7 pontos, a percepção sobre a economia local subiu 0,9 ponto, atingindo 93,4 pontos. Esse dado reforça a ideia de que, embora a percepção geral sobre a economia esteja melhorando, as finanças pessoais ainda enfrentam desafios significativos.
Desigualdade entre Faixas de Renda
Um dos aspectos mais notáveis do relatório de agosto é a disparidade na confiança entre as diferentes faixas de renda. Enquanto as famílias de renda mais alta (acima de R$ 9.600,01) registraram um aumento significativo na confiança, com alta de 5,2, as faixas de renda mais baixas mostraram uma queda na confiança. Por exemplo, entre as famílias que ganham até R$ 2.100,00, o ICC caiu 0,2 ponto, atingindo 92,2 pontos.