Indicador de Incerteza Econômica permanece elevado, refletindo preocupações com taxa de juros e finanças públicas

Expectativas negativas macroeconômicas são as piores desde julho de 2023.

Por Redação Epoch Times Brasil
31/07/2024 16:30 Atualizado: 31/07/2024 16:30

Em julho de 2024, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), divulgado na quarta-feira (31) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou uma leve queda de 0,3 ponto, atingindo 110,3 pontos. Apesar dessa diminuição, o indicador permanece elevado, sugerindo um cenário de incerteza econômica.

Componentes do IIE-Br

O IIE-Br é composto por dois principais componentes: o de Mídia e o de Expectativas. O componente de Mídia, que mede a frequência de notícias relacionadas à incerteza econômica nas mídias impressas e online, recuou 1,0 ponto em julho, chegando a 109,8 pontos. Este componente contribuiu negativamente com 0,9 ponto para a variação do índice agregado. 

A redução neste componente reflete uma fase de intensa discussão sobre as taxas de juros e as finanças públicas, seguida por uma diminuição na intensidade dessas discussões​.

Em contraste, o componente de Expectativas, que avalia a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, subiu 2,8 pontos, atingindo 107,9 pontos. Este é o maior nível registrado desde julho de 2023.

A alta no componente de Expectativas sugere uma piora nas percepções futuras para a economia, especialmente em relação à inflação e à taxa de câmbio, o que contribuiu positivamente com 0,6 ponto para o IIE-Br agregado.

Impactos na população e na economia

O elevado nível de incerteza econômica tem implicações para a população e a economia brasileira. A incerteza pode afetar negativamente a confiança dos investidores e dos consumidores. Investidores podem se tornar mais cautelosos, adiando novos investimentos e expansões de negócios. Isso pode resultar em menor geração de emprego e crescimento econômico mais lento, impactando diretamente a capacidade de geração de renda para a população.

Além disso, a expectativa de aumento na inflação pode reduzir o poder de compra dos consumidores, especialmente em itens essenciais como alimentos e energia. Isso é particularmente preocupante para famílias de baixa renda, que destinam uma parcela maior de seu orçamento para esses bens.

A incerteza quanto à política monetária e fiscal, refletida nas discussões sobre a taxa de juros e finanças públicas, pode também levar a uma volatilidade maior nos mercados financeiros, afetando tanto as empresas quanto os consumidores que dependem de crédito.