A Confederação Nacional de Municípios (CNM) informou que, em 2024, incêndios florestais afetaram diversas regiões do Brasil, prejudicando milhões de pessoas. A crise, agravada por secas e desmatamento, levou à decretação de emergência em centenas de municípios, impactando a saúde pública e economias locais.
Os incêndios afetaram diretamente 11,2 milhões de pessoas entre janeiro e setembro de 2024, de acordo com a CNM. O período mais crítico ocorreu entre 1º de agosto e 16 de setembro, quando 10,2 milhões de pessoas foram impactadas, número muito superior aos 3.800 afetados em 2023.
Segundo a CNM, as perdas econômicas causadas pelos incêndios já ultrapassam a marca de R$ 1,1 bilhão, o que mostra o impacto não apenas na vida das pessoas, mas também nas economias locais e na infraestrutura dos municípios afetados.
O número de decretos de emergência emitidos até o momento é de 749, uma vez que alguns municípios decretaram a situação mais de uma vez devido à persistência dos incêndios.
Causas e consequências
Os incêndios florestais no Brasil resultam de fatores naturais e humanos, como secas prolongadas, desmatamento e queimadas agrícolas. A falta de chuvas e o clima seco, comuns entre agosto e setembro, agravam a situação.
Além dos danos ambientais, os incêndios afetam a saúde pública, com aumento de doenças respiratórias em regiões urbanas próximas. A fumaça intensifica os atendimentos médicos.
O impacto econômico vai além de infraestruturas e colheitas, atingindo pastagens e recursos hídricos, afetando a produtividade agrícola e pecuária, além da vida rural e sistemas de abastecimento.
Propostas e ações
Em meio à crise dos incêndios florestais, a CNM propôs criar um Conselho Nacional de Mudança Climática para coordenar políticas públicas de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, que têm aumentado a frequência dos incêndios nos últimos anos.
“Não é possível apenas assistirmos a tantas tragédias dia após dia sem que haja uma ação efetiva. São milhões de pessoas impactadas em nosso país”, afirmou Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.
A proposta inclui medidas mais rígidas de fiscalização ambiental e campanhas educativas para conscientizar a população sobre a preservação. A CNM também defende que o governo federal, estados e municípios invistam mais em infraestrutura, ampliando brigadas de incêndio e utilizando tecnologia avançada para monitorar e controlar queimadas.