De acordo com os dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC), houve um aumento substancial nas ocorrências de incêndios florestais no estado. Em 2023, foram registrados 81 focos de incêndios, enquanto em 2024 esse número subiu para 1500, um aumento de 1751,9%.
A área queimada do Mato Grosso do Sul no Pantanal em 2024 também cresceu significativamente em comparação ao ano anterior. Dados indicam que em 2023, 183.725 hectares foram queimados no Cerrado e 17.050 hectares no Pantanal. Em 2024, esses números saltaram para 468.225 hectares no Cerrado (aumento de 154,9%) e 338.675 hectares no Pantanal (aumento de 1.886,4%).
Regiões mais afetadas
Os municípios de Corumbá, Aquidauana e Porto Murtinho concentraram 96,8% dos focos de calor no Pantanal em 2024. Corumbá, sozinho, responde por 82,6% dos focos, o que demonstra a particular vulnerabilidade dessa região.
As condições meteorológicas, com temperaturas altas (acima de 30-32°C), baixa umidade relativa do ar (20-30%), e longos períodos sem chuva (mais de 30 dias em algumas regiões), foram apontados como alguns dos fatores para a rápida propagação dos incêndios.
Comparação com outros biomas
Embora o Pantanal tenha sofrido significativamente, o bioma do Cerrado foi o mais afetado pelo fogo em maio, com 285.265 hectares queimados. Este valor representa um aumento de 94% em relação à média anterior e um aumento de 123% em relação ao mesmo período do ano anterior. Comparativamente, o Pantanal queimou 7.967 hectares, o que, apesar de menor em valor absoluto, é extremamente significativo devido à sua fragilidade ecológica.
No valor total de queimadas em todo o país, nos primeiros 5 meses de 2023 os incêndios atingiram 1.606.268 hectares enquanto em 2024 o valor mais que dobrou e atingiu 3.385.822 hectares.