O Parque Nacional de Brasília, que foi atingido por um incêndio de grandes proporções desde o último domingo (15), ainda enfrenta focos subterrâneos, embora as chamas visíveis tenham sido contidas.
Com a destruição de 2,4 mil hectares e o ar tomado por fumaça na capital, a situação agora envolve o risco de o fogo voltar a emergir à superfície durante os períodos mais quentes do dia, segundo as equipes de combate.
Apesar da madrugada dedicada à contenção do incêndio, o cenário permanece delicado.
De acordo com Mauro Pires, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a fase crítica já foi superada, mas o fogo ainda não está completamente extinto.
“Felizmente a gente está agora com a situação mais controlada. O fogo está extinto? Não, não está extinto. Nós agora temos um momento que é de fazer esse monitoramento, fazer o combate ainda nas áreas remanescentes. A gente vai continuar esse trabalho, mas eu diria que aquele momento mais crítico felizmente ficou para trás”, destacou”, afirmou Pires.
Segundo o ICMBio, um incêndio é considerado controlado quando não há mais risco de alastramento, o que ainda não é o caso no Parque Nacional de Brasília.
De acordo com a Agência Brasil, o efetivo de combate foi ampliado para mais de 500 agentes, incluindo bombeiros e brigadistas, com o suporte de três aviões e um helicóptero.
Outros mil agentes do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (DF) estão de prontidão, prontos para intervir se necessário.
Incêndio subterrâneo e técnicas de controle
Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas equipes é o combate ao incêndio subterrâneo, que queima matéria orgânica abaixo da superfície, tornando as chamas invisíveis.
O comandante do Corpo de Bombeiros do DF, coronel Pedro Anibal, explicou que essa característica torna o incêndio difícil de localizar.
“Você não sabe exatamente onde está queimando. Então, a técnica empregada é contornar os pontos de fumaça com aceiros [faixas onde a vegetação é retirada para evitar a propagação do fogo] e jogando bastante água no local. Nós estamos com motobombas sendo instaladas para utilizar a água do próprio córrego Bananal para fazer esses resfriamentos”, afirmou”, detalhou.
A seca prolongada, com 147 dias sem chuvas no Distrito Federal, deixa tudo mais difícil, criando condições ideais para a propagação das chamas.