O resultado da balança comercial brasileira em agosto foi de US$ 4,828 bilhões, uma queda de 49,9% em relação ao mesmo mês de 2023, quando o superávit era de US$ 9,642 bilhões. Esse é o pior resultado para agosto desde 2017, refletindo, de acordo com o governo, a fraqueza no mercado global de commodities, que afetou as exportações do país.
A queda nos preços de commodities como soja, milho, minério de ferro e petróleo foi a principal causa da redução no superávit comercial. A soja desvalorizou 16,4% e o milho 47%, impactando negativamente as exportações agrícolas. O fim do ciclo de colheita também reduziu o volume exportado.
Outro fator que impactou o resultado foi a desaceleração das compras por parte da China, principal parceiro comercial do Brasil. A demanda chinesa por commodities brasileiras, especialmente minério de ferro, recuou em agosto, o que pressionou ainda mais as exportações. As vendas do minério para o país asiático caíram 13,7%.
Aumento contínuo das importações
Por outro lado, as importações brasileiras registraram um crescimento expressivo no mês, totalizando US$ 24,251 bilhões, um aumento de 13% em comparação com agosto de 2023. Entre os principais produtos que impulsionaram as importações estão o gás natural, adubos e fertilizantes, além de bens de capital, como máquinas e equipamentos.
A corrente de comércio — soma das exportações e importações — totalizou US$ 53,329 bilhões em agosto de 2024, registrando uma leve alta de 1,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No entanto, a forte disparidade entre o crescimento das importações e a queda nas exportações resultou no menor saldo comercial em sete anos.
No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o superávit comercial brasileiro somou US$ 54,079 bilhões, uma queda de 16,6% em relação ao mesmo período de 2023, quando o saldo foi de US$ 64,837 bilhões. Este recuo é mais um indicativo dos desafios enfrentados pelo comércio exterior brasileiro em um cenário de incertezas no mercado global de commodities.
A expectativa para os próximos meses é de manutenção dessa tendência, uma vez que as condições de mercado para as principais commodities brasileiras continuam voláteis. A recuperação dos preços no mercado internacional dependerá principalmente da demanda chinesa que tem caído devido à crise imobiliária no país asiático.