O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou mudanças em sua Diretoria de Pesquisas (DPE) nesta segunda-feira (6). Elizabeth Hypolito, que ocupava o cargo desde janeiro de 2023, será substituída por Gustavo Junger da Silva, servidor do instituto desde 2006 e atualmente coordenador técnico do Censo Demográfico.
Além disso, João Hallak Neto, diretor-adjunto, também deixará o posto, sendo sucedido por Vladimir Gonçalves Miranda, que trabalha no IBGE desde 2010. A transição de cargos ocorrerá na próxima semana.
Embora a presidência do IBGE não tenha esclarecido os motivos dessas mudanças, agradeceu os servidores que deixaram os cargos e desejou sucesso aos novos diretores, por meio de um comunicado oficial.
“A Presidência agradece aos servidores Elizabeth Hypolito e João Hallak, que seguem colaborando com a Instituto e com a Diretoria de Pesquisas, por sua contribuição e préstimos no período, ao mesmo tempo em que congratula os servidores Gustavo Junger e Vladimir Gonçalves Miranda desejando-lhes excelente condução na continuidade dos trabalhos da DPE”, afirma a nota.
Essas alterações acontecem em meio a uma crise interna envolvendo a gestão do economista Márcio Pochmann, presidente do IBGE desde agosto de 2023, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Servidores do instituto têm criticado Pochmann por sua falta de diálogo e decisões consideradas autoritárias.
Em resposta, a presidência do IBGE refutou as acusações, alegando que as medidas adotadas pela gestão têm como objetivo o “compromisso com a causa pública e republicana”.
Um dos pontos que gerou desconforto interno foi a criação da IBGE+, uma fundação pública de direito privado vinculada ao instituto. O novo estatuto permitiria a realização de trabalhos tanto para organizações públicas quanto privadas, o que foi interpretado por muitos como uma forma de paralelismo, provocando críticas internas.
Pochmann, por sua vez, defendeu a criação da fundação como uma inovação necessária e minimizou as críticas como sendo naturais.
Em dezembro de 2024, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a taxa de desemprego divulgada pelo IBGE no Brasil é “uma mentira”. Além disso, defendeu que esses dados não são adequados para orientar a economia do país. O índice do trimestre encerrado em novembro foi de 6,1% — o mais baixo registrado desde o início da série histórica em 2012.
“Quem não procura emprego, para o IBGE, está empregado. Para quem recebe qualquer benefício social, [como o] Bolsa Família, está empregado. Então sobra uma quantidade bem pequena de pessoas para saber se está empregado ou não. E essa mentira é corroborada pelo fato de ter aumentado o número de pessoas que procuram o seguro-desemprego”, disse Bolsonaro.