IBGE aponta queda de 14,6% no trabalho infantil em 2023

Por Redação Epoch Times Brasil
19/10/2024 07:40 Atualizado: 19/10/2024 07:40

Dados divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) revelam que, em 2023, o Brasil registrou 1,607 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil

Esse total representa uma diminuição de 14,6% em comparação a 2022, quando o número de jovens nessa situação era de 1,881 milhão, marcando o menor índice desde o início da série histórica, em 2016. 

Dados sobre Trabalho Infantil no Brasil (2023)

  1. Carga Horária:
    • 20,6% das crianças e adolescentes em trabalho infantil estão submetidos a 40 horas ou mais por semana.
    • 31,1% dos adolescentes de 16 e 17 anos estão nessa condição.
    • 14,1% dos jovens de 14 e 15 anos trabalham 40 horas ou mais.
    • Apenas 0,4% das crianças de 5 a 13 anos estão nessa situação.
  2. Frequência Escolar:
    • 99,6% das crianças de 5 a 13 anos em trabalho infantil frequentam a escola, superando a média de 99% dessa faixa etária.
    • A taxa de frequência escolar para adolescentes de 14 e 15 anos em trabalho infantil é de 94%, comparada a 98,3% da população geral.
    • Para os adolescentes de 16 e 17 anos, a taxa cai para 81,8%, em relação a 90% da média dessa faixa etária.

Rendimento de crianças e adolescentes em trabalho infantil

  1. Setores de Trabalho:
    • 26,7% atuam no comércio e reparação de veículos.
    • 21,6% estão na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
  2. Média de Rendimento Mensal:
    • R$ 771: rendimento médio de crianças e adolescentes em trabalho infantil.
    • R$ 1.074: média para jovens da mesma faixa etária que não trabalham.
    • R$ 735: média de rendimento para aqueles em trabalho infantil perigoso.
  3. Desigualdades de Renda:
    • R$ 875: rendimento médio de crianças e adolescentes brancos.
    • R$ 707: rendimento médio para negros e pardos.
    • R$ 815: rendimento médio dos meninos.
    • R$ 695: rendimento médio das meninas.
  4. Participação em Atividades Econômicas:
    • 3,7% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos (aproximadamente 1,427 milhão).
    • 3,4% entre jovens em lares beneficiados pelo Bolsa Família (cerca de 466 mil).
  5. Envolvimento em Afazeres Domésticos:
    • 75,5% dos que trabalham também realizam afazeres domésticos.
    • 51,7% dos que não trabalham estão envolvidos em tarefas do lar.

Recortes do trabalho infantil

  1. Percentual Geral:
    • 4,2% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos no Brasil estão em situação de trabalho infantil, uma queda em relação aos 4,9% de 2022.
  2. Distribuição por Idade:
    • 346 mil crianças de 5 a 13 anos.
    • 366 mil jovens de 14 e 15 anos.
    • 895 mil adolescentes de 16 e 17 anos, que representam o maior grupo.
  3. Incidência por Faixa Etária:
    • 1,3% das crianças de 5 a 13 anos estão em trabalho.
    • 6,2% dos jovens de 14 e 15 anos.
    • 14,6% dos adolescentes de 16 e 17 anos.
  4. Atividades Econômicas:
    • 1,182 milhão trabalham para gerar renda.
    • 425 mil realizam atividades apenas para autoconsumo, como cultivo e criação de animais.
  5. Distribuição Regional:
    • Norte: 6,9% das crianças em trabalho infantil (maior proporção).
    • Centro-Oeste: 4,6%.
    • Nordeste: 4,5%.
    • Sudeste: 3,3%.
    • Sul: 3,7% (menor proporção).
    • Em números absolutos, o Nordeste tem 506 mil crianças em trabalho infantil, enquanto o Sul tem 193 mil, com a maior queda de 28,8% em relação a 2022.

O IBGE caracteriza o trabalho infantil como aquele que representa risco e pode afetar negativamente a saúde e o desenvolvimento físico, mental, social ou moral das crianças, além de prejudicar sua educação. 

No Brasil, a legislação proíbe o trabalho de crianças com menos de 13 anos em qualquer situação.