Um atentado, ocorrido na noite de quarta-feira (13) em Brasília, resultou na morte de um homem após ele detonar explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes. O incidente também envolveu uma segunda explosão em um carro próximo à Câmara dos Deputados, e gerou forte aparato de segurança na região.
A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação para apurar os ataques, enquanto autoridades locais reforçam a segurança nas áreas adjacentes.
O primeiro ataque aconteceu por volta das 19h30, quando um homem identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, se aproximou da entrada do STF, onde ativou os explosivos próximos à estátua “A Justiça” — em frente ao prédio principal da Corte.
A explosão foi ouvida até do interior do edifício, que já havia encerrado sua sessão plenária. Como medida de precaução, o prédio foi evacuado imediatamente. Os bombeiros confirmaram a morte do homem no local.
Poucos minutos depois, por volta das 19h45, uma segunda explosão foi registrada a cerca de 500 metros do STF, nas proximidades do Anexo IV da Câmara dos Deputados.
Imagens de vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram um carro em chamas no estacionamento da Casa, com explosões adicionais que pareciam ser causadas por fogos de artifício.
Segundo testemunhas, Francisco carregava duas bombas. Uma delas foi lançada contra a estátua, e a segunda explosão aconteceu logo após, quando o próprio foi atingido pelo artefato que portava.
Uma testemunha contou que estava numa parada esperando o ônibus e o homem passou sozinho. Depois de 30 segundos, ouviu-se um barulho. Ele foi para trás e jogou outra bomba, que estourou novamente, e então caiu no chão.
A Polícia Legislativa da Câmara confirmou que os dois ataques ocorreram em sequência, mas ainda não se sabe se há relação direta entre eles. A PF acionou agentes especializados para investigar o ocorrido.
“Foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas da instituição, que estão conduzindo as ações iniciais de segurança e análise do local”, declarou em nota a PF.
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), relatou que a área foi isolada para segurança adicional e que um esquadrão antibombas realiza uma varredura. “A gente ainda está averiguando a situação. Vamos ter uma posição oficial depois da varredura”, pontuou.
O plenário da Câmara dos Deputados continuou sua sessão por um tempo, mesmo após as explosões. Os trabalhos foram interrompidos às 21h14, quando a confirmação da morte do homem foi dada, e os deputados optaram por aguardar a recomendação das autoridades de segurança.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também reforçou a proteção ao Palácio do Planalto, Alvorada e Jaburu, residências do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice, Geraldo Alckmin. Apesar da proximidade dos ataques, Lula estava em local seguro e não correu risco.
A Corte emitiu um comunicado, no qual afirmou que os ministros foram retirados do edifício seguros, após os estrondos.
“Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”, disse a nota do Supremo.