Nesta quarta-feira (22), o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) protagonizaram um bate-boca na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Dados do Banco Central mostram que o déficit nominal do Brasil foi de R$998,6 bilhões no acumulado de 12 meses, até março.
Barros qualificou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um “governo gastão”, que tenta compensar o rombo de quase R$1 trilhão com uma cobrança ainda maior de impostos.
“As contas públicas estão completamente descontroladas”, exclamou o parlamentar. Ele alertou sobre a aproximação de uma crise financeira que vai prejudicar o povo mais pobre. Chamou a condução atual da economia por Haddad de “pandemia econômica”, referência ao rombo fiscal trilionário que assolou o país em 2021, por conta da COVID-19.
Ou seja, mesmo sem epidemia, o governo Lula gerou um déficit semelhante ao período correspondente ao da época do “fique em casa, a economia a gente vê depois”. Este foi o slogan difundido pela esquerda para justificar as restrições no direito de ir e vir, bem como o fechamento compulsório do comércio, que prejudicou milhões de brasileiros.
Barros apontou uma série de dados e gráficos que ilustram o péssimo desempenho econômico do governo Lula ao longo do tempo. O deputado apresentou uma tabela que detalha o déficit primário de R$58,4 bilhões em fevereiro de 2024, o pior já registrado para o mês. O primeiro ano da gestão Lula terminou com déficit de R$230,5 bilhões, o equivalente a 2,1% do PIB.
O ministro da Fazenda, por sua vez, rebateu o parlamentar: reconheceu o resultado pífio do governo do PT, porém alegou que ele ocorreu por conta de “calotes” feitos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na base do deboche, se dirigiu a alguns deputados de oposição que reforçaram a fala de Barros e os acusou de fazerem “fake news”.