Grande São Paulo enfrenta terceiro dia de apagão com 537 mil imóveis sem energia

Por Redação Epoch Times Brasil
14/10/2024 17:03 Atualizado: 14/10/2024 17:03

Na manhã de segunda-feira (14), a Grande São Paulo ainda registra cerca de 537 mil imóveis sem energia elétrica, segundo informações da Enel (sigla para Ente nazionale per l’energia elétrica), concessionária italiana responsável pelo fornecimento de energia na região.

O apagão se estende por três dias e é resultado de um forte temporal que atingiu o estado na sexta-feira (11), trazendo ventos de até 107 km/h e causando sérios danos.

Desse total de imóveis sem energia, aproximadamente 354 mil estão localizados na capital paulista. Segundo a Enel, os bairros mais afetados no momento são Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís.

Além da capital, cidades vizinhas como Taboão da Serra, Cotia e São Bernardo do Campo também enfrentam dificuldades, com 32,7 mil, 36,9 mil e 38,1 mil imóveis, respectivamente, sem fornecimento elétrico.

A situação se agrava com o impacto das chuvas, que já causaram a morte de sete pessoas no estado, de acordo com dados da Defesa Civil.

Em Bauru, três vítimas faleceram após a queda de um muro; em São Paulo, uma pessoa morreu devido a uma árvore que caiu no bairro Campo Limpo; em Diadema e Cotia, uma morte em cada município foi registrada pelas mesmas circunstâncias.

Apesar da gravidade da situação, a Enel informa que até às 05h40 da segunda-feira (14), 1,5 milhão de clientes já tiveram o fornecimento de energia normalizado. No entanto, a empresa admite que ainda há um longo caminho a percorrer para restabelecer o serviço para os 537 mil clientes afetados.

Para auxiliar nesse processo, equipes da Enel receberam reforços técnicos do Rio de Janeiro e Ceará, bem como apoio por parte de outras distribuidoras.

Normalização do serviço

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, criticou a Enel por não ter cumprido o plano de contingência para situações climáticas extremas. Segundo ele, a concessionária disponibilizou menos funcionários do que o esperado para atender a demanda gerada pela tempestade.

Feitosa afirmou que a recuperação do serviço não está atendendo as expectativas, alegando que o número elevado de consumidores sem energia é alarmante.

O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, reconheceu a gravidade do problema, mas não forneceu previsão para a normalização total do fornecimento. Ele enfatizou a responsabilidade da empresa em lidar com a situação e que estão se esforçando para reconectar todos os clientes o mais rápido possível.

Além disso, a Enel disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos essenciais, enquanto helicópteros sobrevoam as linhas de transmissão em busca de danos.

Moradores de várias cidades da Grande São Paulo relataram estar há mais de 50 horas sem luz. Eles reclamam de dificuldades para contatar a empresa e obter informações sobre o restabelecimento do serviço. A central telefônica da Enel recebeu mais de um milhão de chamadas desde o início do apagão.

Para facilitar o contato, a empresa recomenda o uso de mensagens de texto e de seu aplicativo. Por SMS, usuários podem enviar gratuitamente mensagem para o número 27373 com a palavra luz e o número da instalação sem energia. Pelo aplicativo da Enel, WhatsApp: (21) 99601-9608 e site: enel.com.br.

Abastecimento de água

A falta de energia também impacta o abastecimento de água na região, uma vez que a interrupção do fornecimento elétrico afeta o funcionamento de estações elevatórias e equipamentos essenciais para a distribuição de água. O abastecimento de água pode enfrentar dificuldades nas regiões a seguir:

  • São Paulo (capital): Americanópolis, Capão Redondo (parte), Jardim Aeroporto, Jardim Antártica, Jardim Mimás, Jardim Peri, Jardim Peri Alto e Jardim Santa Cruz, Pirajussara (parte), Vila Clara;
  • Santo André: Cidade São Jorge, Jardim Marek, Jardim Santo André, Jardim Santo Antônio de Pádua, Jardim São Gabriel;
  • Mauá: Jardim Alto da Boa Vista, Jardim Cruzeiro, Jardim Miranda D’Aviz, Jardim Paranavaí, Jardim São Gabriel, Jardim Zaíra, Jardim Zaíra-Macuco, Parque das Américas, Sítio Bela Vista, Vila Tavares, Zaíra;
  • Embu das Artes: Jardim Vila Alegre;
  • Cotia: Jardim Atalaia; e
  • Cajamar: Jordanésia.