O governo federal recusou 115,7 mil cadastros para o Auxílio Reconstrução destinado às famílias atingidas por enchentes no Rio Grande do Sul. A decisão baseou-se em inconsistências identificadas durante o processo de verificação, incluindo duplicidade de registros, uso de endereços de prefeituras e inscrições de pessoas falecidas.
Em uma reunião, ministros do governo e autoridades municipais discutiram as dificuldades enfrentadas pelas prefeituras no processo de cadastramento. As prefeituras foram orientadas a revisar e corrigir os cadastros rejeitados, a fim de garantir que as famílias necessitadas pudessem acessar o auxílio.
“No caso de Porto Alegre, por exemplo, temos 1.714 famílias que têm como endereço a Rua João Manuel 157, endereço da prefeitura. Em Guaíba, 320 famílias têm como endereço a avenida Nestor de Moura Jardim 111, o prédio da prefeitura. Esses cadastros precisam ser individualizados. Não é possível a gente pagar um benefício para uma família com endereço de cadastro na prefeitura”, disse o ministro da Reconstrução do RS, Paulo Pimenta.
Pimenta ainda informou que os pagamentos só deverão ser realizados após a prefeitura fazer o cadastro das pessoas: “É necessário algum documento que individualize a informação. Vamos criar a possibilidade de a prefeitura refazer o cadastro, complementar. Na medida em que ela individualizar a informação, a gente vai fazer o pagamento”.
O prefeito de São Leopoldo-RS, Ary Venazzi (PT), mostrou em uma postagem na rede social X uma captura de tela de uma reunião com um mapa das áreas afetadas pelos alagamentos e dizia que “todos os pontinhos amarelo são os inscritos [no Auxílio Construção] e muitos estão longe da enchente e fora da mancha”.
Contudo, o portal de notícias Canal Rural publicou uma entrevista em seu perfil no X com José Henrique Pires, secretário de representação do Rio Grande do Sul em Brasília. De acordo com ele, moradores de Pelotas-RS se inscreveram no programa com “muita dificuldade” e que “o dinheiro prometido, não chegou na conta.”
“Para quem perdeu tudo, tu ainda teres uma esperança frustada é pior ainda”, finalizou o secretário.