O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na quarta-feira (26) o compromisso do governo com a meta de inflação, destacando a importância de perseguir objetivos econômicos claros. Lula minimizou as preocupações dos investidores, enfatizando a prioridade da estabilidade social em sua administração.
Após uma semana de intensa volatilidade nos mercados financeiros, as preocupações dos investidores com a capacidade do governo de cumprir suas metas fiscais e de inflação resultaram em oscilações no valor do real, que atingiu R$ 5,52, o maior desde de novembro de 2021.
Em uma das falas, Lula afirmou que não indicaria presidente do Banco Central (BC) pensando no desejo do mercado. O medo é devido à possibilidade do presidente interferir na política econômica do BC e atrapalhar no controle do valor do real e na variação dos preços, que são as principais responsabilidades do BC.
Reações de Lula
Apesar das reações negativas, o presidente afirmou durante uma entrevista coletiva que o mercado não deveria ser pessimista com a situação econômica e que a alta do dólar beneficia de alguma forma o mercado. “Por quê teve reação? Não teve reação. Deve ter gostado. Mas quem votava em mim [do mercado] pode continuar votando” afirmou Lula.
Ele também disse que é necessário “consciência” da situação econômica do Brasil. “O Brasil vive um bom momento. Se você pegar os números da economia, nunca o Brasil esteve tão bem nos últimos 10 anos. Não olhe a economia brasileira apenas pela macroeconomia que aparece na televisão. Olhe para a economia brasileira pela microeconomia”.
Decreto sobre meta contínua de inflação
O governo ainda publicou o decreto 12.079/2024 estabelecendo a meta contínua de inflação.
Este decreto determina que a meta de inflação será definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) do BC e será considerada descumprida se a inflação acumulada em 12 meses ficar fora do intervalo permitido por mais de seis meses consecutivos.
A partir de 1º de janeiro de 2025, a meta será representada por variações acumuladas em 12 meses de um índice de preços amplamente divulgado, sendo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) o indicador atual. O decreto permite que o CMN altere a meta e o intervalo com uma antecedência mínima de 36 meses.
Atualmente, os limites de tolerância são de 1,5% para cima ou para baixo da meta de 3%, estabelecendo um piso de 1,5% e um teto de 4,5%. A meta contínua visa garantir que a inflação permaneça dentro deste intervalo, e qualquer desvio por seis meses consecutivos será considerado um descumprimento.