O governo federal anunciou nesta segunda-feira (23) R$ 100 milhões para a reconstrução da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que desabou no último domingo (22) na divisa entre os estados do Maranhão e Tocantins, causando a morte de Lorena Rodrigues Ribeiro, 25 anos, ferindo Jairo Silva Rodrigues, 36 anos, e 16 desaparecimentos — incluindo três crianças.
O desabamento da ponte, que tinha 533 metros de extensão e foi inaugurada na década de 1960, causou a queda de pelo menos oito veículos, incluindo caminhões, automóveis e motocicletas.
A Polícia Rodoviária Federal confirmou que o acidente envolveu veículos de carga, incluindo caminhões transportando produtos como ácido sulfúrico e herbicidas. Com a queda da ponte, houve preocupação com o risco de contaminação das águas do Rio Tocantins.
Em função disso, as buscas por sobreviventes foram suspensas. Segundo a Agência Tocantinense de Saneamento, o resultado completo da análise de água pode levar até 15 dias.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, sobrevoou a área do acidente e declarou situação de emergência na região.
“Temos todas as condições técnicas para a reconstrução e os recursos técnicos necessários para a reconstrução para que se consiga ter esta obra no que concerne não apenas à reconstrução, mas também à retirada dos escombros, avaliação dos danos causados, acompanhamento da obra e a execução das futuras obras”, disse o ministro.
Renan afirmou que a pasta trabalha para contratar a obra ainda neste ano. “Com a emergência decretada, queremos contratar a reconstrução da ponte ainda dentro do exercício de 2024. Isso será um trabalho de muita resolutividade do ministério”, prometeu.
A interdição total da BR-226/TO foi decretada, e equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estão investigando as causas do colapso. O ministério confirmou que será instaurada uma sindicância para apurar responsabilidades.
A reconstrução da ponte deve ocorrer ao longo de 12 meses, com custo estimado entre R$ 100 e 150 milhões. O Dnit já havia realizado reparos na ponte de 2021 a 2023, mas a necessidade de uma reabilitação mais ampla era conhecida.
Em maio de 2024, o órgão lançou um edital para contratar uma empresa para elaborar estudos e projetos de reabilitação, mas a licitação fracassou. No entanto, a tragédia traz à tona as preocupações sobre a falta de manutenção e o envelhecimento da infraestrutura.
Elias Junior, vereador de Aguiarnópolis, filmou o momento exato em que a ponte começou a ceder. Ele destacou que os moradores da região sempre pediram melhorias na estrutura, que já apresentava rachaduras visíveis.
“É uma ponte que tem mais de 60 anos. Já estava gerando grandes preocupações. Nunca imaginaria que eu estaria gravando a situação bem na hora da tragédia. Descemos aqui com a mão na cabeça, como se estivéssemos dentro de um filme. Nossa cidade está em choque”, lamentou.