Governo muda presidência da Petrobrás e coloca ex-diretora de Dilma Rousseff no cargo

Jean Paul Prates, agora ex-presidente da estatal, avalia inclusive se desfiliar do PT.

Por Redação Epoch Times Brasil
16/05/2024 18:23 Atualizado: 16/05/2024 18:23

A Petrobras, companhia estatal petrolífera, anunciou na noite de terça-feira (14) que Jean Paul Prates não é mais o presidente da empresa. Quem assumirá o cargo de Prates é Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo Dilma Rousseff (PT).

De acordo com a Petrobras, a demissão de Prates foi “de forma negociada”, porém, há tempos já se falava pelo governo sobre a substituição da presidência da empresa, que tem patrimônio aberto na B3, a bolsa de valores brasileira. Jean Paul Prates, contudo, informou ao Globo que estava “triste” com a notícia e que iria inclusive reavaliar se iria permanecer filiado ao PT. 

Alguns nomes foram cotados para assumir o cargo da presidência da petroleira, entre eles estava o do atual presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), Aloizio Mercadante, mas quem foi escolhida pelo governo foi Magda Maria de Regina Chambriard.

Magda é formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em engenharia civil e foi diretora-geral da ANP de 9 de março de 2012 até o ano de 2016.

A nova presidente é tida pelo mercado e analistas políticos como tendo uma visão mais parecida com o governo quando se trata de intervenção Estatal. De acordo com ela, “a estatal não poderia ter a dimensão atual sem a mão forte do governo”. Ela também defendeu que a preocupação da Petrobras devia ser com o desenvolvimento do país acima de todas as outras coisas.

Magda, porém, é vista como uma apoiadora da exploração do petróleo para o desenvolvimento. Em uma entrevista ela diz que por mais que existam muitas áreas no Brasil muito vantajosas para exploração de petróleo que é inutilizado economicamente devido a questões ambientais. ”Ao longo do tempo, o preço do petróleo foi reagindo e o Brasil não reagiu (na atividade exploratória) no ritmo esperado” disse ela.

As novidades, porém, não agradaram o mercado que respondeu de forma negativa aos anúncios da Petrobras por entender que a atitude revela uma intenção do governo de usar a empresa de modo político. A reação inicial foi a desvalorização no mercado, onde as ações preferenciais (PETR4) caíram cerca de 6,5%, enquanto as ordinárias (PETR3) atingiram 7,9% de queda, enquanto o dólar atingiu máxima de R$5,17. As ações da Petrobras também caíram -9,05% na abertura da bolsa de Nova Iorque, enquanto na bolsa da Alemanha chegou a -8,77%.