Em meio a críticas e cobranças pela negligência do governo Lula diante da situação caótica enfrentada pela tribo Yanomami, a Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou na última quarta-feira (10) que o governo tem a intenção de demarcar mais seis territórios indígenas até o final deste mês de abril.
“Temos ainda um passivo muito grande de territórios a serem reconhecidos. Em um ano de governo, conseguimos homologar 8. Apresentamos 14 áreas no início do governo, prontas para serem homologadas. E estamos trabalhando para que ainda no final de abril possamos cumprir essa meta”, disse a ministra em Oxford, no Reino Unido, durante um evento sobre empreendedorismo social.
No ano passado, oito demarcações foram concluídas, aquém da meta inicial do movimento indígena, que almejava quatorze demarcações.
Guajajara acrescentou que a demarcação dos territórios indígenas continua sendo uma prioridade para os povos indígenas do Brasil. Ela afirmou que assumiu o cargo de ministra para levar adiante essa demanda e que estão trabalhando intensamente para avançar cada vez mais nesse tema.
No Vaticano, líder Yanomami pede que Papa Francisco converse com Lula
Na quarta-feira passada (10), o líder Yanomami, Davi Kopenawa, foi recebido em audiência pelo Papa Francisco no Vaticano, por convite direto do Sumo Pontífice. Durante o encontro, Kopenawa entregou uma carta ao Papa, na qual expunha as principais preocupações e queixas da comunidade Yanomami. Os temas abordados incluíram a urgência da preservação da Amazônia e a luta contínua contra o garimpo ilegal na região.
Kopenawa aproveitou a oportunidade para fazer um apelo ao líder da Igreja Católica, solicitando que ele converse com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfatizando a grande importância dessa questão para o ‘“futuro da Amazônia”’ e de seus habitantes originários.
“Pedi ao papa (para) dar apoio ao governo Lula, porque Lula precisa de companheiros. Sozinho não consegue. A política não quer que Lula resolva” — disse Kopenawa à imprensa.
Os Yanomami, uma comunidade estimada em cerca de 31 mil pessoas, habitam a maior Terra Indígena do Brasil, localizada nos estados de Roraima e Amazonas. Desde o ano passado, a tribo tem enfrentado uma grave crise sanitária, com um aumento significativo nos casos de malária e desnutrição, afetando especialmente crianças.