Por Bruna de Pieri, Terça Livre
Durante entrevista coletiva realizada em Brasília, nesta quinta-feira, 1º de agosto, o Governo Federal contestou dados sobre o desmatamento apontados por imagens de satélite usadas no monitoramento ambiental pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A entrevista contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, dos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Os dados divulgados no começo de julho pelo Inpe, apontavam que o desmatamento na parte brasileira da floresta amazônica cresceu mais de 88% em junho, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O desmatamento na Amazônia teria totalizado 920 quilômetros quadrados.
O general Heleno disse que mesmo que o governo considerasse os dados corretos, seria “conveniente” tratar as informações “internamente” para não alardear:
“Sendo dados falsos, é muito grave, porque isso prejudica o comércio brasileiro, prejudica a imagem do Brasil, nos coloca como grande destruidor do meio ambiente na humanidade. São imagens que depois ficam muito difícil de resgatar. Isso é o que nos aflige, é a falta de honestidade intelectual.”
O presidente disse que pode haver “gente” dentro do Inpe interessada em denegrir a imagem do país:
“Não quero afirmar, mas uma notícia como essa [crescimento do desmatamento na Amazônia], que não condiz com a verdade, tem um estrago muito grande na imagem do Brasil. Parece que tem gente interessada nisso, que não é a imprensa, porque o dado saiu lá de dentro [do Inpe], dos órgãos nossos.”
O presidente completou:
“Acho até que, aprofundando os estudos, ver se as pessoas divulgaram de má-fé esses informes para prejudicar o governo atual e desgastar a imagem do Brasil.”