Por Bruna de Pieri, Terça Livre
O Ministério da Cidadania fechou o ano de 2019 com mais de 1,3 milhão de benefícios do Bolsa Família cancelados em todo o Brasil.
A medida foi tomada após identificação de irregularidades apontadas pelos processos de revisão e averiguação cadastral feitos pelo ministério.
A estimativa é de uma economia de R$ 1,4 bilhão, considerando o valor médio pago mensalmente. Para o ministro da Cidadania, Osmar Terra, a análise periódica das informações é importante para garantir que apenas as famílias brasileiras pobres e extremamente pobres sejam, de fato, beneficiadas pelo programa.
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“A metade mais pobre do Cadastro Único, que hoje está em 13,2 milhões, é o público do Bolsa Família. Então, nós fazemos averiguações periódicas, batemos os números, conferimos se essas pessoas realmente não estão tendo uma outra renda, não estão declarando. E, quando a gente bate uma informação que não fecha com a nossa, nós suspendemos o benefício. Isso gerou uma economia de R$ 1,4 bilhão no ano passado”, disse.
Os cancelamentos ocorreram depois do cruzamento de informações do Cadastro Único com outros registros administrativos de renda – tanto do mercado de trabalho formal, como de benefícios previdenciários dos cadastrados.
Além disso, periodicamente, as famílias são convocadas para atualizar as informações cadastrais. Em casos de inconsistências de renda ou informações desatualizadas, como mudança de endereço e composição familiar, o benefício é suspenso.
O ministro destaca que o governo estuda novas formas de aperfeiçoar a obtenção de informações sobre os beneficiários.
“Nós vamos aperfeiçoar isso ainda. Estamos discutindo agora o Imposto de Renda. Se é possível, sem ferir o sigilo do Imposto de Renda, apresentar o Cadastro ao fisco, para os auditores nos dizerem quem está pagando imposto de renda e quem não está. Quem está pagando não deve ficar no Bolsa Família, certamente tem uma renda maior do que a renda prevista para o Bolsa Família. Vamos aperfeiçoar mais ainda o mecanismo de controle”, afirmou.