O governo brasileiro determinou o esvaziamento da Embaixada do Brasil em Damasco, na Síria, após a queda de Bashar al-Assad, que fugiu para a Rússia, onde recebeu asilo. A medida, anunciada na segunda-feira (9), foi tomada devido à escalada de hostilidades no país e à crescente insegurança em torno das representações diplomáticas na capital síria.
Uma operação de resgate dos servidores diplomáticos está em andamento e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). O plano inclui a evacuação dos diplomatas e outros funcionários da embaixada, que serão transportados para o Líbano, em um comboio de segurança.
No sábado (7), o Itamaraty havia emitido um comunicado, expressando sua preocupação com a intensificação do conflito e recomendando que todos os brasileiros presentes na Síria buscassem deixar o país o mais rápido possível.
Embora a embaixada brasileira formalmente permaneça aberta, o governo avalia que não há condições de garantir a segurança do prédio e de seus funcionários.
A decisão de evacuar os diplomatas se alinha à de outros países, como os da Europa, que também optaram pelo esvaziamento de suas representações em Damasco, após incidentes recentes envolvendo as embaixadas de Cuba e Itália.
A situação na Síria é considerada altamente instável, com a presença de grupos radicais islâmicos disputando o controle de diversas regiões do país. Diplomatas brasileiros apontam para a possibilidade de uma anomia, sem um governo central forte, o que torna o ambiente ainda mais perigoso.
Atualmente, cerca de 3 mil brasileiros vivem na Síria, segundo dados do Portal Consular do Ministério das Relações Exteriores.
Ainda não há, até o momento, decisão do governo sobre uma ação de repatriação desses brasileiros na Síria — por exemplo, o envio de um voo da Força Aérea Brasileira, como aconteceu recentemente no Líbano.