Os auxílios concedidos aos servidores públicos estão na mira do governo e poderão ser os próximos alvos no programa da equipe econômica de reduzir as despesas com pessoal. Essas vantagens, que complementam os salários do funcionalismo, absorveram R$ 16,6 bilhões em 2016, de acordo com informações do Ministério do Planejamento colhidas pelo jornal O Estado de SPaulo.
A estimativa leva em conta nove formas de auxílios pagos a servidores de todos os Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público da União e Defensoria da União), como alimentação, locomoção, habitação e assistência médica. Somente uma parte poderá ser revisada no momento, porque o Executivo está impedido de interferir nos gastos dos demais Poderes. No entanto, apenas os benefícios do Executivo já consumiram R$ 12,9 bilhões em 2016.
“O servidor público tende a ganhar uma remuneração muito maior, especialmente na União, em relação ao salário médio da iniciativa privada”, afirma o assessor especial do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima Júnior. Ele é coordenador do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas, criado com o objetivo de avaliar despesas de vários departamentos e que elabora propostas para a garantia de mais fundos para o caixa da União.
Um benefício que pode ser cortado é o auxílio-moradia, que chegou ao total de R$ 900 milhões em 2016. “Às vezes a pessoa fica muito tempo em uma cidade e mantém o auxílio-moradia. Isso é sujeito, sim, a uma avaliação”, afirmou Lima Júnior. “Não temos como antecipar nenhuma medida, mas não há como negar que estamos reavaliando.”
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