Por Brehnno Galgane, Terça Livre
Em uma tentativa de justificar sua ausência na CPI da Covid, Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas, alegou que não compareceu devido à onda de violência que atinge o Estado do Amazonas. Também afirmou na última quinta-feira (10) que está coordenando uma operação em resposta aos ataques.
“A ministra tomou a decisão e facultou a minha participação na CPI e eu optei por não ir, em razão de todos esses episódios que têm acontecido no estado do Amazonas em que eu preciso estar junto a população”, disse o governador, se referindo à decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, que o desobrigou a prestar depoimento.
Completando a sua tentativa de se justificar, Wilson Lima tenta argumentar em sua defesa que a convocação de um governador à CPI é inconstitucional. Segundo Lima, a sua ida à CPI violaria o princípio da separação de poderes.
“Temos um princípio que é importante ser respeitado, que é a independência dos poderes. Isso é um princípio básico e elementar, os direitos da Constituição precisam ser garantidos”, declarou Lima.
No início desse mês, a Polícia Federal realizou a Operação Sangria, com o objetivo de combater desvios na saúde pública do Amazonas. O principal alvo da operação foi o próprio governador do estado, Wilson Lima (PSC).
“Wilson Lima está em uma situação bastante complicada, todos nós sabemos disso. Agora, tem um fator a que eu quero chamar a atenção. É claro que nós temos, creio que dois ou três senadores de frente, que poderíamos chamar de base do governo, que poderiam estar prontos para apresentar números, fazer perguntas incisivas para o governador Wilson Lima”, pontuou o analista político Alan Lopes, durante o Boletim da Noite de sexta-feira (11).
“Mas, ele está muito preocupado com uma coisa: Omar Aziz provavelmente será candidato a governador do Amazonas no próximo ano. Então, ele está com bastante medo, porque sabe, inclusive, que existe por parte da oposição gente preparada com uma artilharia pesada para apresentar provas contra ele. Porque existem provas significativas, eu me lembro da última participação do secretário Élcio, ele relatou números de quase meio bilhão de transferências do governo federal para o governo do Amazonas. Não existem justificativas para a questão do oxigênio, nós sabemos que aquilo foi questão de má gestão”, analisou Alan Lopes.
“Tem muita coisa pesando em cima do Wilson Lima, fora outras pendências que nós sabemos que ele tem em seu governo. Ele está muito apreensivo, porque ele tem os dois lados para atirar nele. Tem o lado da base do governo, que está esperando para mostrar para o Brasil exatamente essa eficiência do governo federal de ter transferido valores exorbitantes, principalmente para o estado do Amazonas, e não ter tido a aplicação correta na compra de insumos, de oxigênio, de tudo que foi negado para a população do Amazonas. Tem também o lado da oposição, que é o caso do Omar Aziz, que está esperando ansiosamente que ele compareça, para poder destruir a sua carreira política, porque com certeza ele virá como candidato no próximo ano ao governo do Amazonas”, concluiu o analista político.
Com informações, Revista Oeste
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