Por Maycson Rodrigues, Gospel Prime
Sou a favor de um amplo debate público sobre o tema “aborto”. Porém, este debate não pode ser “apaixonado”; temos de tratar da questão com a razão – muito além das convicções religiosas, por mais consistentes que sejam.
O cristão verdadeiro é pró-vida e ponto final. Se alguém é 100% a favor do aborto, não é cristão. Isto dever ser ponto pacífico para todos.
No entanto, há quem seja cristão e tenha uma visão mais progressista do assunto, considerando o aborto uma questão de saúde pública. Eu respeito essa maneira de pensar, mas discordo por razões bíblicas e, principalmente, antropológicas e filosóficas.
Eu ainda não encontrei razões suficientes para aceitar a decisão voluntária de uma mulher de interromper uma gravidez. Nem mesmo em casos mais extremos como estupro. Sei que há casos em que a vida da mãe corre risco, mas aí já nem entra tanto a convicção política e sim o senso de humanidade que nos habita: não faz sentido discutir se salva-se a mãe em casos assim.
Sei que as mulheres não são instintivamente assassinas de bebês, mas acabam por fazê-lo muito mais por erro do que qualquer outra coisa. A questão aqui não é sobre um ideal de mundo, e sim sobre o caminho melhor para tratar da dor da gestante sem ter de necessariamente esmagar um inocente.
Parto sempre da seguinte premissa: embrião é pessoa. É gente. É humano. Não é uma ameba nem um amontoado de células. É dotado de direitos, identidade, humanidade e liberdades no campo político e filosófico.
E mais: um ser humano não tem o direito de determinar o fim da vida de outro ser humano. Só que a TV Globo pensa diferente. Ao menos, é o que vemos em suas representações culturais.
Uma novela é só uma novela até tocar num tema sensível na sociedade. Negar isto é tentar ignorar a realidade. As coisas são como são e não como queremos que seja. O problema é que a sociedade já deu um recado em outubro de 2018: a maioria dos brasileiros quer um país que proteja as crianças desde o ventre. Se o povo majoritariamente quisesse que a pauta pró-aborto avançasse, bastava eleger o Fernando Hadadd que é claramente abortista.
A gente precisa deixar uma coisa bem clara neste artigo: tanto a mulher quanto o bebê precisam de amor. Muitas vezes a mulher não sabe como lidar e é sim pressionada ou até ameaçada caso não aborte, e é justamente neste ponto que o Estado deve atuar, bem como a Igreja. Temos de amparar jurídica, social, psíquica e principalmente espiritualmente essas mulheres. Não podemos aceitar que o número de abortos se mantenha como está, muito menos que aumente.
Dizem que o aborto já acontece e que legalizar somente vai ajudar a melhorar as condições clínicas dessas mulheres que se colocam para esta prática. Entretanto, sabemos que a legalização diminui o número de abortos num país apenas depois deste número extrapolar todos os limites aceitáveis na humanidade logo que o Estado ampara por lei.
Em Portugal foi assim. Em 2005, quando o aborto era proibido, foram registrados 798 abortos, considerando os abortos ilegais. Já em 2010, a taxa deu um salto para 20.137 abortos. O pico de abortos após a legalização foi em 2011 (20.480). Só depois deste aumento absurdo é que as taxas diminuíram, mas nunca chegarão ao número de abortos – incluindo clandestinos – de quando não era legalizado.
Entre 2004 e 2006, Portugal registrou 4.114 abortos. Não havia ainda a legalização. E somente em um ano (2007), quando já havia a legalização, o número de abortos registrados foi de 4.325. Entre 2007 e 2016, Portugal registrou 150.040 abortos. Você encontra estes dados no livro “Contra o Aborto”, do filósofo católico Francisco Razzo.
O aborto é essencialmente IMORAL. E somente uma emissora que é uma promotora tão ávida de toda sorte de imoralidades para fomentar no inconsciente coletivo da sociedade brasileira que uma prática tão desumana seja tida como alternativa razoável para o problema da angústia humana.
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