O setor energético brasileiro apresentou um crescimento significativo em diversas fontes de geração de energia ao longo do ano de 2024, conforme indicado pelos dados mais recentes do relatório de infraestrutura publicado em agosto de 2024. A capacidade total de geração de energia elétrica no país atingiu novos patamares, com destaque para o aumento expressivo nas fontes renováveis.
Entre janeiro e maio de 2024, foram incorporadas ao sistema interligado nacional 148 novas usinas, que juntas adicionaram 4.811 MW de potência instalada. Desse total, a maior contribuição veio das usinas eólicas, que adicionaram 2.034 MW, seguidas pelas centrais geradoras fotovoltaicas (UFV), que responderam por 2.457 MW. As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) adicionaram 24 MW.
A geração de energia elétrica totalizou 71.488 MW médios em maio de 2024, um aumento de 6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
A fonte hidráulica, composta por usinas com capacidade superior a 30 MW, continua sendo a principal responsável pela geração, representando 64% do total. No entanto, outras fontes também mostraram crescimento expressivo. A energia eólica, por exemplo, cresceu 26% em relação ao ano anterior, atingindo 11.615 MW médios e representando 16% da geração total. A geração fotovoltaica teve o maior aumento percentual, subindo 53% e alcançando 2.953 MW médios, o que corresponde a 4% da matriz energética.
As estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para o período de 2024 a 2028 indicam que, no cenário conservador, a capacidade instalada no Brasil deve crescer 2% ao ano, com um aumento acumulado de 17.864 MW.
No cenário otimista, essa expansão pode chegar a 43 GW, o que implicaria em uma taxa de crescimento médio anual de 4%.
A expectativa é que as fontes alternativas, como solar e eólica, aumentem significativamente sua participação na matriz energética. No cenário otimista, a geração solar fotovoltaica pode crescer até 132% até 2028, passando de 8% para 10% da capacidade total instalada. Já a energia eólica deve aumentar sua participação de 17% para 18% no mesmo período.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios na gestão da energia armazenada nos reservatórios, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que registraram uma queda de 14,9% no nível de armazenamento em comparação com maio de 2023.