Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, expressou grande satisfação com as indicações dos novos diretores feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O economista disse estar “muito contente” e destacou que será “muito bom contar com os três” novos diretores. Ele também elogiou o perfil e a capacidade dos indicados para enfrentar os desafios do Banco Central.
Durante um evento com investidores, Galípolo agradeceu ao presidente Lula e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela confiança depositada nas novas escolhas.
Segundo ele, a equipe indicada tem o potencial de trazer um equilíbrio importante entre experiência técnica e visão estratégica, o que fortalece a política monetária do país.
Galípolo ressaltou que essa mudança na diretoria do Banco Central representa um passo fundamental para uma gestão mais alinhada ao desenvolvimento econômico e social.
Quem são os novos indicados
Os indicados são Nilton José Schneider David, Izabela Moreira Correa e Gilneu Francisco Astolfi Vivan.
Eles serão submetidos à sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e à votação em plenário. Caso aprovados, assumirão as posições em 1º de janeiro de 2025.
Nilton David foi indicado para a Diretoria de Política Monetária, atualmente liderada por Galípolo. Ele é chefe de Operações de Tesouraria do Bradesco, possui vasta experiência no mercado financeiro e é formado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (USP).
Izabela Moreira Correa foi indicada para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, substituindo Carolina de Assis Barros. Correa é servidora do Banco Central desde 2006. Ela é doutora em Governo pela London School of Economics e atual Secretária de Integridade Pública na Controladoria-Geral da União (CGU).
Gilneu Francisco Astolfi Vivan foi indicado para a Diretoria de Regulação, atualmente ocupada por Otávio Damaso. Servidor do Banco Central desde 1994, Vivan é chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro. Mestre em Economia pela Universidade de Brasília (UnB), ele também representou o Brasil em grupos internacionais focados em avaliação de riscos ao sistema financeiro global.
Mudança no Copom
Caso as indicações sejam confirmadas, o governo Lula terá seis dos nove diretores do Copom indicados diretamente pelo presidente.
Isso garantirá maioria no comitê responsável por definir a taxa de juros.
Essa composição poderá influenciar as decisões do Copom, especialmente em um momento em que a Selic, atualmente em 11,25% ao ano, é alvo de críticas do governo.
As mudanças nas diretorias vão além da simples substituição de nomes. Com uma maioria no Copom, o governo Lula busca promover uma política monetária mais alinhada com suas prioridades econômicas.
Apesar disso, o Banco Central é um órgão independente do governo, por mais que seus diretores sejam indicados pelo presidente e aprovados pelos senadores.