A delegação chinesa desligou os microfones e expulsou jornalistas britânicos da reunião bilateral do G20 nesta segunda-feira (18), quando o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, questionou o ditador Xi Jinping sobre violações de direitos humanos.
A reunião transcorria normalmente até que Starmer começou a levantar questões sobre Taiwan, sanções chinesas a parlamentares britânicos e mencionou o caso de Jimmy Lai, o magnata pró-democracia de Hong Kong, que está preso desde dezembro de 2020.
Lai, de 76 anos, é acusado pelo regime comunista de violar a lei de segurança nacional imposta pelo governo chinês. Ele era editor do jornal Apple Daily, fechado em 2021 após uma batida policial.
Starmer expressou ao presidente chinês sua “preocupação” com a “deterioração” da saúde de Jimmy Lai, cidadão britânico que pode ser condenado à prisão perpétua.
“Estamos acompanhando os relatos sobre o agravamento da saúde de Jimmy Lai na prisão”, disse Starmer a Xi.
Neste momento, conforme relatos, os dois repórteres britânicos foram “agressivamente” escoltados para fora da reunião pelos oficiais de Pequim.
Antes do mal-estar, e em uma tentativa de descongelar as relações tensas entre os dois lados, Starmer iniciou a reunião propondo uma visita sua ao premier chinês, Li Qiang, em Pequim, ou a visita de Li a Londres.
“Queremos que nossas relações sejam consistentes, duráveis, respeitosas e, como concordamos, evitar surpresas sempre que possível’, disse Starmer. “Uma relação forte entre o Reino Unido e a China é importante para ambos os nossos países e para a comunidade internacional mais ampla.”
Este foi o primeiro encontro entre um primeiro-ministro britânico e Xi Jinping em mais de seis anos.
O governo brasileiro, anfitrião do G20 no Rio de Janeiro, não interveio para impedir a expulsão de repórteres estrangeiros da reunião bilateral entre seus convidados.