Fundo Amazônia: a doação de 50 milhões de dólares da Noruega

Por Matheus de Andrade
27/05/2024 17:55 Atualizado: 27/05/2024 17:55

Análise de notícia

O Fundo Amazônia irá receber, em junho, 50 milhões de dólares em doações da Noruega. O recurso foi anunciado pelo ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, durante a COP 28, que ocorreu entre novembro e dezembro de 2023. Na época, o montante anunciado era em torno de R$250 milhões. Na cotação atual, esse valor supera o prometido.

De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), o Fundo Amazônia é uma iniciativa que visa apoiar projetos de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável na Amazônia, uma das regiões mais biodiversas do planeta. A doação norueguesa reforça a parceria entre os dois países.

 A época, medida foi bem recebida pelo governo brasileiro e louvada pelo embaixador da Noruega no Brasil: “A equipe é muito boa. Isso é claro quando vemos a quantidade e qualidade dos projetos aprovados desde a reativação do Fundo”.

De acordo com publicação do governo, desde janeiro foram anunciadas doações para o Fundo Amazônia que totalizam cerca de R$3,9 bilhões: R$2,5 bilhões dos EUA, R$711 milhões do Reino Unido, R$250 milhões da Noruega, R$186 milhões da Alemanha, R$107 milhões da Dinamarca, R$106 milhões da União Europeia e R$28 milhões da Suíça. “Os apoios demonstram credibilidade, respeito aos resultados que o fundo já atingiu e visão de futuro para uma agenda de sustentabilidade para a região”, disse Nabil Kadri, superintendente de Meio Ambiente do BNDES, responsável pela gestão do Fundo Amazônia. 

Interesses estrangeiros e desvios de recursos na Amazônia

Ao mesmo tempo, a gestão do presidente Lula (PT) enfrenta críticas sobre a abordagem ao desmatamento na Amazônia, com alegações de que antigos esquemas de corrupção e financiamento externo continuam a prevalecer. Em sua campanha de 2022, Lula prometeu acabar com o desmatamento até 2030, contando com apoio dos EUA.

A Casa Branca comprometeu-se a financiar a conservação amazônica, reativando o Fundo Amazônia, suspenso em 2019 devido a questões de gestão de recursos. No entanto, como tem sido noticiado pelo Epoch Times Brasil, relatórios (1, 2, 3) recentes indicam que o desmatamento continua aumentando​.

O  ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e colunista do Epoch Times Brasil, criticou a administração de Lula, afirmando que ONGs mal regulamentadas desviam doações internacionais para bolsos de políticos, perpetuando a pobreza nas áreas amazônicas. A falta de oportunidades econômicas sustentáveis alimenta práticas insustentáveis de desmatamento, especialmente impulsionadas pela pecuária e agricultura de soja​.

Além disso, a influência de países como a China comunista, principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, exacerba o problema. A demanda chinesa por commodities brasileiras, como soja e minério de ferro, é um dos principais fatores de desmatamento. Empresas chinesas também têm investido significativamente em setores que contribuem para a destruição florestal. Enquanto isso, a China e o Brasil decidiram se unir para combater o desmatamento e as queimadas.

Bom propósito

Críticos argumentam que o Fundo Amazônia, embora essencial, carece de supervisão adequada, permitindo que recursos sejam desviados para campanhas políticas e altos salários de executivos de ONGs. Essa falta de fiscalização levanta dúvidas sobre a eficácia do fundo em conter o desmatamento​​.

A abordagem de Lula inclui propostas para um “crédito verde”, oferecendo empréstimos subsidiados para práticas agrícolas sustentáveis. No entanto, sem resolver as raízes econômicas do desmatamento, como a pobreza e a necessidade de terras para agricultura, tais medidas podem ser insuficientes​.

A doação da Noruega ao Fundo Amazônia e o apoio dos EUA são passos importantes, mas a efetividade dessas iniciativas depende de uma gestão transparente dos governos e das ONGs que recebem os recursos.

De acordo com Maria Ana de Angelis, em entrevista para o Epoch Times Brasil, o interesse “oculto” na demarcação indígena no país é amplamente estrangeiro. Áreas demarcadas como indígenas, mesmo que antes propriedades particulares produtivas, passam a pertencer à União e logo, são submetidas a órgãos estatais e ONGs.

“As instituições que alegam “cuidar” dos índios, utilizando o falso moralismo de preservar a cultura e os costumes desses povos, recebem milhões de “fundações” e tudo que possa ser nomeado ou não — quase todas estrangeiras — enquanto os indígenas continuam com uma única questão sendo preservada: a miséria”, escreveu Danielle Dutra, editora do agronegócio no Epoch Times Brasil em seu artigo de opinião Marco temporal e Agenda 2030: O espectro soviético no Brasil.