Na última quinta-feira (08/08), trabalhadores dos Correios de nove estados do Brasil aprovaram uma greve por tempo indeterminado, reivindicando melhores condições de trabalho e um reajuste salarial que, segundo eles, reflitam as perdas inflacionárias acumuladas. A paralisação abrange os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul e Tocantins.
A decisão pela greve foi aprovada em assembleias realizadas pelos sindicatos filiados à Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT).
De acordo com uma carta aberta da entidade, a principal motivação dos trabalhadores é a insatisfação com a proposta de reajuste salarial apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), considerada insuficiente para repor as perdas inflacionárias.
“Nós, trabalhadores dos Correios, fomos obrigados a entrar em greve após meses de negociações sem sucesso com a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A empresa tem se recusado a atender nossas reivindicações e continua propondo medidas que retiram direitos conquistados ao longo de décadas, além de precarizar nossas condições de trabalho “, escreveu a FINDECT.
A ECT propôs um reajuste salarial de 6,05%, índice que, segundo a empresa, foi calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em comunicado divulgado na sexta-feira (09/08), os Correios afirmaram que a proposta de aumento visa garantir a manutenção do poder de compra dos trabalhadores e reforçaram que continuam abertos ao diálogo.
De acordo com o sindicato, além do reajuste, as pautas de reivindicação incluem melhores condições de trabalho, fim das terceirizações, e maior segurança para os trabalhadores, que frequentemente enfrentam situações de risco, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade.
Apesar do início da greve, a ECT afirma que “os Correios estão operando normalmente em todo o País nesta quinta-feira (8). As agências estão abertas e todos os serviços disponíveis. A empresa já adotou medidas como remanejamento de profissionais e realização de horas extras para cobrir as ausências pontuais e localizadas devido à paralisação anunciada pelo sindicato”.
No entanto, os sindicatos rebateram a afirmação, acusando a empresa de divulgar informações inverídicas. A FINDECT, por sua vez, divulgou que os trabalhadores estão mobilizados e que a adesão à greve é alta, especialmente em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram grande parte das operações da empresa.
“Apesar das tentativas da empresa de minimizar a greve, divulgando informações de que as unidades estariam funcionando 100%, a realidade é outra. As imagens da mobilização comprovam que a adesão dos trabalhadores é ampla, desmentindo as afirmações enganosas da empresa, que já podem ser classificadas como fake news”, ressaltou o sindicato na nota.