Funcionários do IBGE protestaram nesta quinta-feira (26) contra a gestão de Marcio Pochmann, acusando-o de autoritarismo. Eles criticam mudanças no teletrabalho e questionam a criação de um novo órgão no instituto.
O protesto aconteceu em frente à sede do IBGE no Rio de Janeiro, com a participação de vários servidores. Os manifestantes exibiam cartazes, pedindo mais diálogo e criticando decisões que, segundo eles, foram tomadas unilateralmente.
Os servidores afirmam que a gestão impôs restrições sem diálogo, deteriorando o clima organizacional. A principal queixa é a redução do trabalho remoto, adotado desde a pandemia, revertida sem negociação. O sindicato defende a manutenção do modelo híbrido.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (ASSIBGE-SN) acusa a gestão de Pochmann de autoritarismo. O sindicato informou que tentou negociar com a administração, mas não houve avanços nas conversas.
Segundo eles, há falta de disposição para um diálogo efetivo, o que agrava o clima interno.
“O ato exigirá que o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, altere o comportamento autoritário que tem marcado suas ações recentes”, afirma o sindicato.
Clícia, funcionária do IBGE, afirmou ao repórter André Müzell que as conversas feitas com a gestão do IBGE não têm gerado resultados.
“Eu acho que essa administração só entendeu a parte do diálogo: sentar, conversar e jogar conversa fora” afirmou.
Outra reclamação se trata da criação do IBGE+, órgão que será responsável por realizar mais pesquisas e publicações para o IBGE. Segundo os servidores, a criação do órgão é desnecessária e afeta investimentos dentro do IBGE.
Juarez, também servidor do IBGE, questiona: “Para que? O IBGE já tem um papel estabelecido na Constituição e de repente você vem com outra instituição… para que? Para precarizar o trabalho?”.
Ele ainda considera que o IBGE está sendo usado para “marketing político”.
Marcio Pochmann assumiu a presidência do IBGE em junho de 2023, indicado pelo governo Lula para reorganizar o instituto, que enfrenta desafios operacionais, incluindo problemas no Censo de 2022. Suas decisões têm gerado polêmica entre os servidores.
O IBGE, por sua vez, afirmou que “a atual gestão do IBGE sempre se manteve aberta ao diálogo”, contudo, “a Assibge rompeu o diálogo ao não aceitar reunir-se com a direção por duas vezes”.
Pochmann, economista e professor, tem histórico de atuação no governo e em entidades econômicas. Nomeado para a presidência do IBGE com a missão de reorganizar a instituição, sua gestão enfrenta críticas desde o início, especialmente entre os servidores.
Segundo o sindicato, os protestos devem continuar caso não haja avanço nas negociações. Os trabalhadores exigem a reabertura do diálogo, o retorno ao modelo híbrido de trabalho e maior respeito à gestão.