Imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam a extensão das queimadas que assolam o Pantanal sul-mato-grossense, cujos efeitos se estendem para além do Centro-Oeste brasileiro. A fumaça resultante desses incêndios agora se espalha para o Sul e Sudeste do país, alcançando municípios do Vale do Paraíba, bem como do Litoral Norte de São Paulo.
Os focos de queimada no Pantanal já afetam pelo menos 19 cidades da região do Vale do Paraíba. Entre os municípios impactados estão Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Caraguatatuba, Caçapava, Cunha, Igaratá, Ilhabela, Jacareí, Jambeiro, Natividade da Serra, Nazaré Paulista, Paraibuna, Redenção da Serra, Santa Branca, São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, São Sebastião, Taubaté e Ubatuba.
A presença da fumaça na coluna atmosférica sobre essa área evidencia o alcance das emissões das queimadas. Essa dispersão não apenas compromete a qualidade do ar nessas localidades, mas também alerta para os impactos de saúde pública associados à poluição atmosférica motivada por incêndios florestais.
Na terça-feira (25), a fumaça dos incêndios no Pantanal chegou a diversas cidades do noroeste do Paraná. Municípios como São João do Caiuá e Paranavaí foram impactados e ficaram com o céu encoberto pela fuligem. Esta região paranaense faz fronteira com o Mato Grosso do Sul, estado que abriga aproximadamente 60% do bioma Pantanal.
Os incêndios deste ano já resultaram em uma área queimada superior aos números alarmantes de 2020, quando o bioma enfrentou recordes de devastação, segundo dados do Inpe. O prejuízo no Pantanal deste ano atingiu um marco, com 661 mil hectares queimados até a última terça-feira, conforme dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para conter o avanço das chamas, equipes adicionais de bombeiros de diferentes estados estão se deslocando para Mato Grosso do Sul. Até agora, 42 militares do Distrito Federal e outros 40 do Rio Grande do Sul foram enviados ao Pantanal para reforçar os esforços de combate ao fogo.