Por Terça Livre
Em janeiro deste ano, o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, dizia que em 2020, o movimento conservador brasileiro teria de alcançar a maturidade ou morrer. Relembre.
Na madrugada desta sexta-feira, ele tornou a pontuar essa necessidade, frisando a importância de encontrar meios para que o povo brasileiro em geral e o movimento conservador em especial encontrem o ponto de equilíbrio entre a crítica madura e “a manutenção do apoio consciente aos atores capazes de dar concretude às suas pautas e aos seus anseios”.
Em publicação no Twitter, Martins destaca que a política real não se desdobra numa caixinha fenomenológica com condições ideais de temperatura ou pressão, sem qualquer atrito ou força oposta.
“Do mesmo modo, governos não são tão coesos quanto gostaríamos e uma ação pode ser abortada ou se tornar mal-sucedida por isso”, diz.
De acordo com Filipe, “diariamente, um sem-número de idéias, grupos e forças exercem pressão sobre os tomadores de decisão, tentando emplacar perspectivas, escolhas e ações específicas. O grupo mais atento e que se revele mais capaz em conjugar a pressão constante com a manutenção do acesso vence”:
“É preciso entender melhor a dinâmica do processo decisório dentro do governo, identificando a composição das forças capazes de exercer pressão e influência durante esse processo e trabalhar para tornar o movimento conservador uma das mais importantes variáveis nessa equação”.
“Não podemos esquecer que, na política, o que importa mesmo é o longo prazo, um período muito maior do que o tempo de duração de nossa geração”, continua o chefe da Assessoria Internacional. “Estude a ascensão do conservadorismo nos EUA e você se dará conta do que estou falando — e de quantas frustrações ainda podemos ter”, completou.
“Sem a consciência disso, não será possível ao movimento conservador se organizar, se tornar relevante e evitar que seus planos sejam abortados, que as ações de seus representantes se concretizem numa direção oposta aos seus interesses e que até sua existência seja ameaçada”.
Segundo ele, é necessário trabalhar para criar as condições para que a situação atual seja revertida e para que os abusos cessem.
“E, depois dos últimos desdobramentos e frustrações, está claro que isso depende de nós, o povo, e não de uma instituição ou de um único indivíduo, independente do cargo que ele ocupe. Ou nós salvamos a nossa nação ou ninguém salvará — essa responsabilidade é intransferível”, finalizou.