Fachin volta a atacar Bolsonaro e diz que vê projeto autoritário em andamento no país

01/09/2020 20:31 Atualizado: 01/09/2020 20:31

Por Rayla Alves – Terça Livre

Em mais uma demonstração de ativismo político, o ministro Edson Fachin voltou a atacar o governo do presidente Bolsonaro, em uma live promovida pela Universidade Federal do Paraná nesta segunda-feira (31).

De acordo com o membro do Supremo Tribunal Federal (STF), as próximas eleições vão pôr em disputa dois projetos: um que ele caracterizou de autoritário e outro ligado à “agenda de 88”, ao se referir à Constituição promulgada naquele ano.

“A sociedade brasileira precisa se preparar para fazer uma escolha entre essas duas agendas e esses dois projetos. E isso se dará em 2022”, declarou Fachin.

Para o ministro, a agenda que se opõe ao que ele chama de campo democrático é “uma agenda em raízes de elogio à ditadura civil-militar.

Indo mais além, segundo ele, “de mentes autoritárias, de menosprezo à democracia, a questões vitais, como meio ambiente, povos indígenas, quilombolas”.

Bastante incomodado com a influência religiosa na política, Fachin também disse que essa agenda mistura o nome de Deus com o Estado, é armamentista e desrespeita as instituições democráticas.

“Ofende a imprensa, escolhe inimigos externos e busca, entre outras coisas, o controle da educação e do ensino”, relatou o magistrado.

Questionado sobre uma reportagem em que o presidente Jair Bolsonaro teria tentado um golpe contra a Corte, Fachin respondeu que não iria comentar o caso.

Mas garantiu que “lê bastante” e, a partir disso, enxerga um “endoautoritarismo” em andamento no Brasil. Segundo ele, trata-se de um verniz democrático.

Fachin ainda disse que, por dentro, as instituições são “corroídas a tal ponto de que o hospedeiro, que é a democracia, seja destruído pelo parasita, que é o autoritarismo”, concluiu.

Apoie nosso jornalismo independente doando um “café” para a equipe.

Veja também: