Por Rayla Alves – Terça Livre
Em mais uma demonstração de ativismo político, o ministro Edson Fachin voltou a atacar o governo do presidente Bolsonaro, em uma live promovida pela Universidade Federal do Paraná nesta segunda-feira (31).
De acordo com o membro do Supremo Tribunal Federal (STF), as próximas eleições vão pôr em disputa dois projetos: um que ele caracterizou de autoritário e outro ligado à “agenda de 88”, ao se referir à Constituição promulgada naquele ano.
“A sociedade brasileira precisa se preparar para fazer uma escolha entre essas duas agendas e esses dois projetos. E isso se dará em 2022”, declarou Fachin.
Para o ministro, a agenda que se opõe ao que ele chama de campo democrático é “uma agenda em raízes de elogio à ditadura civil-militar.
Indo mais além, segundo ele, “de mentes autoritárias, de menosprezo à democracia, a questões vitais, como meio ambiente, povos indígenas, quilombolas”.
Bastante incomodado com a influência religiosa na política, Fachin também disse que essa agenda mistura o nome de Deus com o Estado, é armamentista e desrespeita as instituições democráticas.
“Ofende a imprensa, escolhe inimigos externos e busca, entre outras coisas, o controle da educação e do ensino”, relatou o magistrado.
Questionado sobre uma reportagem em que o presidente Jair Bolsonaro teria tentado um golpe contra a Corte, Fachin respondeu que não iria comentar o caso.
Mas garantiu que “lê bastante” e, a partir disso, enxerga um “endoautoritarismo” em andamento no Brasil. Segundo ele, trata-se de um verniz democrático.
Fachin ainda disse que, por dentro, as instituições são “corroídas a tal ponto de que o hospedeiro, que é a democracia, seja destruído pelo parasita, que é o autoritarismo”, concluiu.
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