Por Bruna de Pieri, Terça Livre
Em entrevista ao site Correio Braziliense na segunda-feira (10), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugeriu que o Brasil está na iminência de um golpe de Estado.
Para ele, o populismo totalitário é a “antessala do golpe”, um perigo que ronda a democracia brasileira. Fachin, que será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022, afirma também que é necessário preservar o sistema eleitoral brasileiro.
“O populismo totalitário ronda a democracia brasileira. É fundamental esse alerta, porquanto é antessala do golpe (…) O mais grave é essa visão personificada do povo em contraste com as instituições. As eleições de 2022 trazem à tona um imperativo categórico: preservar o sistema eleitoral brasileiro”.
As declarações do ministro ocorrem em meio à discussão sobre o voto impresso auditável. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que se não houver voto impresso, é sinal de que não haverá eleição.
Fachin disse ainda que é preciso uma união em meio à diversidade. “Precisamos sair da crise sem sair da democracia“, afirmou. “O país não pode esperar mais”, acrescenta.
As declarações do ministro foram tema de comentários durante o Boletim da Manhã da terça-feira (11). O analista político Italo Lonrenzon negou que Fachin saiba o significado do termo “imperativo categórico”.
“Fachin não faz ideia do que seja ‘imperativo categórico’, o que é o mais triste disso tudo. O ministro cita Kant e não faz ideia do que seja. Imperativo categórico não é isso. Imperativo categórico está na pessoa. Nada traz à tona o imperativo categórico por definição, ele já está lá. Cita um filósofo e não faz ideia do que seja”, comentou.
Italo Lorenzon corrige o ministro e afirma que populismo totalitário fez a ex-presidente Dilma Rousseff, mandatária que indicou Fachin ao cargo no STF.
“Populismo totalitário fez a Dilma Rousseff em duas situações. Primeira, quando o PT, o partido dela, atiçou movimentações de rua, aqueles 20 centavos etc, em 2013, contando que aquilo ali ia inflamar a população e ela ia chegar com a excelente sugestão de uma constituinte exclusiva. Quem não lembra dessa constituinte exclusiva? E o que é isso? É uma constituinte a respeito de apenas algumas partes da Constituição”, afirma, citando em seguida outros exemplos (veja a íntegra do comentário).
E acrescenta: “Isso é populismo. Não é pegar uma moto para dar ‘um rolê’ e a população ir atrás de você. Populismo é gastar um dinheiro que não tem para de um mandato para o outro a pessoa não reparar que está sendo enganada e colocar a culpa na ‘crise mundial’”.
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