Uma exposição, organizada por voluntários no Rio de Janeiro, pretende chamar a atenção da comunidade internacional para a repressão política no Brasil. Intitulada “Expo Freedom Brazil”, a mostra será realizada simultaneamente à cúpula do G20, evento que reúne líderes mundiais também na capital fluminense.
A exposição começará no Posto 5 de Copacabana, na zona sul do Rio, às 10h do domingo (17) e se estenderá durante a segunda-feira (18). O término ocorrerá na terça-feira (19), próximo ao Museu da Arte Moderna, no Aterro do Flamengo, local onde também será encerrada a reunião do G20.
“O Judiciário brasileiro, liderado pelo ministro Alexandre de Moraes, está aplicando penas severas de 14 a 18 anos em regime fechado, acusando-os de organização criminosa e ato terrorista. Isso é injusto e contrário à Constituição Federal”, comunica a página oficial do evento nas redes sociais.
O coordenador da exposição, Marcus Torres, explica que o objetivo é destacar as histórias de pessoas afetadas pela perseguição política no Brasil. Segundo ele, a intenção é que a imprensa mundial veja as injustiças que estão sendo cometidas.
Os cartazes exibidos trarão fotos, idades e penas de presos, como a idosa de 71 anos, Iraci Meugmi Nagoshi. Ela foi condenada a 14 anos de prisão por entrar em um prédio público. Outro caso a ser exposto é o da cabeleireira Débora Rodrigues, que pode pegar 17 anos de cadeia por escrever com batom numa estátua.
Estas serão outras pessoas a serem mostradas na exposição, com as seguintes descrições realizadas em inglês pelos voluntários e traduzidas aqui livremente:
- Anderson Torres, chefe de polícia — preso e perseguido
- Adilma, 55 anos de idade — presa por meses
- Alethea, de São José dos Campos (SP), 50 anos de idade — condenada a 17 anos de prisão
- Cleriston P. da Cunha (Clezão) — morto na prisão
- Ana Carolina, de Guariba (SP), 32 anos de idade — condenada a 14 anos de prisão
- Ana Claudia Rodrigues, de Ponta Grossa (PR), 57 anos de idade — condenada a 16 anos de prisão
- Ana Paula N. Rodrigues, de Ipatinga (MG), 37 anos de idade — condenada a 17 anos de prisão
- André Kelvis, de Goiânia (GO), 34 anos de idade — condenado a 14 anos de prisão
- Ângelo S. de Lima, de Blumenau (SC), 59 anos de idade — condenado a 16,6 anos de prisão
- Deputado Daniel Silveira — sua prisão ignora a imunidade parlamentar (art. 53 da CF) e viola o equilíbrio entre os Poderes, um direto ataque à liberdade dos nossos representantes e à democracia.
- Bruno G. Pedron, de Serra do Salitre (MG) — condenado a 17 anos de prisão
- Claudiney Albuquerque, 56 anos de idade — preso por 26 dias
- Claudiomiro (Maranhão), 50 anos de idade — preso por 11,7 meses
- Cristina Medeiros (advogada da Paraíba), 57 anos de idade — condenada a 4 meses
- Oswaldo Eustáquio (jornalista) — preso e perseguido
- Djalma S. dos Reis, de Itaporã (MT), 47 anos de idade — condenado a 14 anos de prisão
- Edna Valentim (São Paulo) — presa por 21 dias
- Fabíola Rocha da Silva, de Porto Velho (RO) — condenada a 17 anos de prisão
- Fabrício Gomes, 47 anos de idade — condenado a 18,5 anos de prisão
- Mauro Cid (tenente-coronel) — preso e perseguido
- Alessandra Faria Rondon, de Cuiabá (MT), 40 anos de idade — condenada a 17 anos de prisão
- Helion F. dos Santos, de São Paulo (SP), 49 anos de idade — em julgamento
- Igor S. da Rocha, de Brasília (DF), 30 anos de idade — condenado a 14 anos de prisão
- Ivone G. das Chagas, de Brasília (DF) — condenada a 14 anos de prisão
- João Antonio Pereira, de Brasília (DF), 40 anos de idade — condenado a 14 anos de prisão
- Pastor João Cardoso, 66 anos de idade — em julgamento e perseguido
- Joel Borges Correa (Santa Catarina), 48 anos de idade — condenado a 13,6 anos de prisão
- Jupira Marques Ferreira, do Rio de Janeiro (RJ) — presa sem provas
- Wellington Macedo (jornalista) — preso e perseguido
- Roseli Ap. de Araújo (Minas Gerais), 60 anos de idade — em julgamento
- Karol Eller, 36 anos de idade — cometeu suicídio
- Jorge L. dos Santos (pastor), 39 anos de idade — condenado a 16,6 anos de prisão
- Cacique Sererê (indígena) — preso por 8 meses
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) apoia a iniciativa e convida os brasileiros a participarem do evento. Em vídeo nas redes sociais, a parlamentar defende que a exposição será um marco na luta pela liberdade, direitos fundamentais e garantias constitucionais que vêm sendo solapadas no Brasil.
“A gente entende que essa é uma pauta global, abraçada por esse movimento woke, que quer destruir a nossa liberdade, nos calar, nos censurar, destruir as famílias e atacar religião”, complementa Kicis.