O mercado brasileiro está em alerta com as mais recentes expectativas econômicas divulgadas no Relatório Focus desta segunda-feira (09). As projeções incluem aumento na taxa Selic, alta contínua da inflação e revisões no crescimento do PIB.
A expectativa é de que a Selic suba de 10,50% para 11,25%, impactando diretamente a economia. O crédito mais caro tende a reduzir o consumo das famílias e dificultar financiamentos. Para as empresas, o aumento eleva os custos de financiamento, o que pode adiar investimentos e desacelerar o crescimento em vários setores.
O aumento da Selic busca conter a inflação, mas pode desacelerar o crescimento econômico. Com juros mais altos, o consumo e os investimentos são desestimulados, levando a uma redução na demanda interna.
A inflação, medida pelo IPCA, deve subir para 4,30%, marcando a oitava alta consecutiva. Essa elevação afeta principalmente as famílias de baixa renda, que veem seu poder de compra diminuir com o aumento dos preços de produtos e serviços essenciais.
Alimentos, transporte e energia e outros itens essenciais são os mais afetados pela inflação, pressionando o orçamento doméstico e reduzindo a capacidade de consumo. A inflação persistente pode abalar a confiança do mercado, especialmente se o Banco Central não conseguir controlá-la com os aumentos de juros.
Apesar dos juros altos e da inflação, a projeção de crescimento do PIB para 2024 foi revisada para 2,68%, indicando uma leve melhora. Setores como o agronegócio e as exportações seguem impulsionando positivamente a economia, apesar dos desafios.
Esse crescimento pode não compensar os efeitos negativos dos juros altos e da inflação sobre o consumo e o investimento. O setor industrial, em particular, tende a ser mais impactado pelo crédito mais caro e pelo aumento dos custos operacionais.
Um ponto importante são as evidências de que o aumento do PIB se deva, principalmente, ao endividamento e ao gasto público do governo, conforme publicado pelo Epoch Times Brasil.
O relatório projeta que a dívida pública deve subir para 69,30% do PIB em 2024. Esse aumento reflete os maiores gastos com juros, resultantes da alta da Selic, além da dificuldade em conter o déficit fiscal.
Com o aumento da dívida, o governo terá menos espaço fiscal para investir em áreas essenciais, como infraestrutura, saúde e educação. Além disso, a alta dívida pública pode aumentar a percepção de risco do país, prejudicando a confiança dos investidores.
A projeção do dólar para R$ 5,35 pode beneficiar os exportadores, tornando seus produtos mais competitivos. No entanto, para consumidores e empresas dependentes de importações, isso encarece produtos e eleva a inflação, pressionando ainda mais os preços.
A alta do dólar aumenta o custo de insumos e matérias-primas importadas, afetando setores industriais que dependem desses itens. Isso pode resultar em repasse de custos ao consumidor final, pressionando ainda mais os preços.