Expectativa de inflação sobe novamente e projeção para taxa de juros permanece em 11,25%

Por Redação Epoch Times Brasil
16/09/2024 19:53 Atualizado: 16/09/2024 19:53

A projeção da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu pela nona vez seguida, segundo o Boletim Focus de segunda-feira (16). O aumento reflete a preocupação do mercado com a alta de preços, impactando o poder de compra, especialmente das classes mais baixas.

A projeção para o IPCA foi aumentada de 4,30% para 4,35% para o fim do ano de 2024.

A inflação reduz o poder de compra, especialmente das classes mais baixas, ao elevar os preços de bens e serviços. Com a alta, os salários perdem valor real, comprando menos do que antes, o que afeta o orçamento familiar.

O controle da inflação é um desafio contínuo, e o meio para controlar a inflação é através da manipulação da taxa de juros.

Taxa Selic

A projeção da taxa Selic, a taxa básica de juros, foi mantida em 11,25%.

Esta taxa afeta diretamente o custo do crédito. Quando a Selic está alta, o custo de financiamento e empréstimos sobe, o que desestimula o consumo e o investimento. Para as famílias, isso significa que financiar um carro, uma casa ou utilizar o crédito pessoal fica mais caro.

Por outro lado, uma taxa de juros elevada ajuda a controlar a inflação, ao desestimular a demanda. Além disso, uma Selic mais alta também atrai investidores estrangeiros, que veem nos juros elevados uma oportunidade de ganho financeiro, o que pode ajudar a estabilizar o câmbio.

Câmbio

A expectativa para o câmbio do dólar em relação ao real subiu de R$ 5,35 para R$ 5,40.

Uma desvalorização da moeda brasileira encarece produtos e serviços importados, o que pode aumentar a inflação interna, já que muitos insumos utilizados pela indústria brasileira são comprados no exterior. Isso inclui bens industriais e alimentos.

Por outro lado, um real mais fraco pode beneficiar o setor exportador, o que pode ajudar no equilíbrio da balança comercial e na geração de divisas para o país. 

PIB

A estimativa para o crescimento do PIB em 2024 subiu de 2,68% para 2,96%.

O aumento do PIB, caso ocorra devido ao crescimento da produção de bens e serviços, é um sinal positivo para a economia, indicando expansão da atividade econômica e, potencialmente, a criação de mais empregos e geração de renda.

No entanto, é importante que esse crescimento seja sustentável e baseado na produção de riqueza real, e não em medidas artificiais, como aumentos de gastos públicos. Quando o crescimento econômico é impulsionado por gastos elevados e não por investimentos produtivos, ele é insustentável, levando ao endividamento do setor público e prejudicando a economia no longo prazo.

Dívida Pública

A expectativa para a dívida líquida do setor público em relação ao PIB foi ajustada de 63,7% para 63,5%.

A dívida pública elevada pode gerar preocupação, pois compromete o orçamento do governo, que precisa direcionar parte dos seus recursos para o pagamento de juros. Isso reduz a capacidade de investimento em áreas prioritárias, como infraestrutura, saúde e educação. 

No entanto, se o governo conseguir controlar o déficit fiscal e adotar políticas econômicas que promovam o crescimento sustentável, essa relação dívida/PIB pode ser reduzida ao longo do tempo.