Exclusivo: Eduardo fala sobre a perseguição dos procuradores da Lava Jato contra Bolsonaro

03/03/2021 19:59 Atualizado: 03/03/2021 19:59

Por Bruna de Pieri, Terça Livre

“Muita gente acabou pensando que os procuradores da Lava Jato caminhariam no mesmo sentido que Jair Bolsonaro”, afirmou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em entrevista ao Boletim da Manhã desta quarta-feira (3).

O deputado comentava sobre as mensagens trocadas no Telegram da operação Lava Jato, que revelam um possível complô entre os procuradores contra a família Bolsonaro.

Nas conversas, Deltan Dallagnol e os procuradores Roberson Pozzembom, Jerusa Viecili e Laura Tessler fazem piadas sobre o autor dos vazamentos de dados do sigilo bancário de Flávio Bolsonaro. “Identificamos a fonte do vazamento dos dados da família Bolsonaro!! COAF e MP juntos!”, diz Dallagnol. Os outros procuradores riem.

Os trechos dos diálogos ganharam repercussão após serem publicados no portal Agora Paraná no qual escrevia o jornalista Oswaldo Eustáquio. Quem assina a reportagem é Sandra Terena, a esposa de Eustáquio.

Segundo as informações, o deputado Daniel Silveira levaria o caso ao plenário caso não fosse preso. Eustáquio estava em posse dos diálogos desde novembro de 2020 e entregou o conteúdo ao presidente do PTB, Roberto Jefferson.

De acordo com Eduardo Bolsonaro, era esperado que os procuradores caminhassem no mesmo sentido do presidente não por gostar dele, mas por ter uma convergência natural de ideias — o que já não se sustenta mais depois das mensagens que vieram à tona.

“Porque, dentro de diversos e graves atos que ocorreram ali, tem até mesmo a questão de tentar processar Jair Bolsonaro no STF pelo seu voto a favor do impeachment da Dilma Rousseff citando Brilhante Ustra, mesmo sabendo que perderiam”, disse. “Só para ‘fritar’, ou melhor, nas palavras de um dos próprios procuradores, ‘só para esculachar’ com o presidente Bolsonaro. Isso não é um trabalho republicano, é investir-se de um cargo público para fuzilar aquele que pensa diferente dele”, acrescentou o parlamentar.

Eduardo Bolsonaro fala em perseguição contra sua família. “De forma alguma isso pode ser chamado de democracia, e agora está tudo aí na cara da população, para que ela possa ver a perseguição contra a nossa família, seja no caso da pesca, seja no caso do Flávio Bolsonaro”.

“Se há algum erro, o que custa processar o Flávio Bolsonaro que era deputado estadual na época, no foro que é constitucionalmente previsto a ele, que é o TJ? Por que foram lá no juiz de primeira instância, para tentar fazer toda essa narrativa e tentar condená-lo? Enfim, é uma indignação que temos e que agora fica explícito nessas conversas”, pontua.

Ainda de acordo com o parlamentar, o que foi divulgado a respeito da casa adquirida por Flávio Bolsonaro trata-se de uma cortina de fumaça. “Há essa cortina de fumaça por causa da casa do Flávio Bolsonaro, que é o que menos interessa neste momento. O sistema vai se arvorando para proteger o próprio sistema, o pessoal do establishment”.

Questionado pelo jornalista Kássio Freitas se o presidente da República tomaria alguma atitude em relação às mensagens reveladas, Eduardo afirmou ainda não ter conversado com o pai sobre o assunto.

 

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