Eurípedes Júnior, presidente licenciado do Solidariedade, optou pelo silêncio durante seu depoimento à Polícia Federal (PF) na manhã de quinta-feira (20). O político chegou à Superintendência da PF por volta das 10h, sob escolta. Ele está em prisão preventiva desde sábado (15) no Complexo Penitenciário da Papuda.
O político é suspeito de envolvimento em diversos crimes, incluindo organização criminosa, furto qualificado, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e desvio de recursos públicos destinados ao financiamento eleitoral.
De acordo com O Globo, o inquérito revelou que Eurípedes utilizou empresas de fachada, desde consultorias, uma agência de viagem e até uma autoescola, para desviar cerca de 36 milhões de reais do fundo partidário.
As acusações dizem respeito ao período em que ele era dirigente do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), partido que posteriormente foi incorporado ao Solidariedade.
Em relatório encaminhado à Justiça Eleitoral do Distrito Federal, a PF destacou que, das oito empresas investigadas, apenas duas apresentaram efetiva atividade empresarial, embora com indícios de lavagem de dinheiro.
Quanto às demais empresas, a PF afirma que nunca produziram ou circularam bens ou serviços. Além disso, essas empresas não possuem funcionários registrados nem bens para o desenvolvimento de suas atividades econômicas.
“Algumas delas [empresas] compartilham o mesmo endereço como sede, ou utilizam a residência do próprio líder da organização criminosa”, destaca a PF no relatório.
No documento, os investigadores também apontam uma empresa supostamente especializa em marketing, a qual teria recebido aproximadamente R$ 1 milhão do PROES. Segundo o relatório, esta empresa não demonstrou “capacidade operacional” adequada para o serviço contratado.
No sábado, Eurípedes se entregou à polícia e solicitou uma licença indeterminada da Presidência do partido. O comando do Solidariedade foi assumido pelo deputado federal Paulinho da Força (SP).
Em uma nota, a defesa do político afirmou que ele “demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivos que propiciaram a sua prisão preventiva, mas ainda a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados nos autos do inquérito policial em que foi determinada a sua prisão preventiva”.