O relatório Vegetação Urbana no Brasil do MapBiomas, mostrou dados significativos sobre a cobertura vegetal em áreas urbanas brasileiras, representando 6,9% da área total das cidades brasileiras. destacando a necessidade de preservação e expansão desses espaços. Diretrizes da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency-EPA) e um estudo da ScienceDirect fornecem uma ideia sobre os múltiplos benefícios da vegetação urbana, enfatizando sua importância ecológica, social e econômica.
Distribuição da vegetação urbana no Brasil
De acordo com o relatório do MapBiomas, a vegetação urbana brasileira cobre aproximadamente 283,7 mil hectares. O estudo destaca uma distribuição desigual, com a Mata Atlântica concentrando 61,5% da vegetação urbana. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, possui mais de 12 mil hectares de vegetação, sendo um exemplo notável de área urbana com cobertura vegetal significativa. Em contraste, biomas como a Caatinga e a Amazônia apresentam menores taxas de cobertura, com apenas 2% e 3%, respectivamente.
Benefícios ecológicos e ambientais
Segundo a EPA, áreas verdes urbanas, como parques e praças, ajudam a reduzir o efeito de ilha de calor, que é um fenômeno onde áreas densamente construídas e pavimentadas experimentam temperaturas mais altas do que as zonas rurais circundantes.
A vegetação contribui para a melhoria da qualidade do ar, absorvendo dióxido de carbono e outros poluentes e liberando oxigênio, essencial para a saúde ambiental e humana.Além disso, a vegetação urbana desempenha um papel vital na gestão das águas pluviais, ajudando a absorver e reter a água, o que reduz o risco de enchentes e promove a recarga de aquíferos, sendo uma solução natural para problemas de drenagem urbana.
Um artigo publicado pela World Resources Institute explica que:
- Florestas urbanas: Reduzem o escoamento de águas pluviais e minimizam o risco de inundações ao absorver água e melhorar a permeabilidade do solo.
- Florestas próximas: Filtram poluentes, como nutrientes e sedimentos, que podem afetar a qualidade da água, além de estabilizar os fluxos de água durante o ano.
- Florestas distantes: Influenciam os padrões de precipitação regional, ajudando a garantir a disponibilidade de água a longo prazo.
Outro benefício ecológico significativo é a contribuição para a biodiversidade. Áreas verdes urbanas criam habitats para uma variedade de espécies, incluindo aves, insetos e pequenos mamíferos. A preservação e o aumento dessas áreas podem ajudar a mitigar os efeitos da urbanização e perda de habitats naturais, fornecendo refúgios para a fauna local e contribuindo para a conservação da biodiversidade.
Estudos indicam que a vegetação urbana pode servir como corredores ecológicos, conectando fragmentos de habitats e facilitando o movimento e dispersão de espécies.
Benefícios para a saúde e bem-estar
Os espaços verdes urbanos não são apenas benéficos para o ambiente, mas também têm impactos profundos na saúde mental e física dos cidadãos. A presença de áreas verdes está associada a menores níveis de estresse e melhora da saúde mental.
A exposição regular à natureza e a atividades em áreas verdes, como caminhadas e exercícios, está ligada a benefícios como redução da pressão arterial, melhora do humor e redução dos sintomas de ansiedade e depressão. As pesquisas também destacam que espaços verdes promovem a coesão social, servindo como locais de encontro e interação comunitária, o que é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade mais integrada e saudável.
Outro estudo publicado na ScienceDirect contrapõe os estudos que mostram que as áreas verdes nos bairros está ligado diretamente a uma melhoria do estresse, porém ainda sim afirma que “comparando o tamanho dos efeitos, os espaços de parques apresentam um impacto mais positivo na saúde e bem-estar do que o nível geral de vegetação do bairro”.
A EPA enfatiza que as áreas verdes urbanas oferecem benefícios significativos para a saúde pública, como a redução de doenças respiratórias, que podem ser exacerbadas pela poluição do ar.
Além disso, a vegetação urbana pode ajudar a diminuir a poluição sonora, atuando como barreiras naturais que absorvem o som. Em áreas densamente povoadas, isso pode contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida, proporcionando um ambiente mais tranquilo e agradável para os residentes.
Roger Scruton, filósofo conservador britânico e defensor da causa ambiental afirmou: “O conservadorismo advém de um sentimento que toda pessoa madura compartilha com facilidade: a consciência de que as coisas admiráveis são facilmente construídas, mas não facilmente criadas”.