Na segunda-feira (6), o grupo terrorista Estado Islâmico anunciou os nomes de pessoas que seus membros em todo o mundo terão de matar. A “lista da morte” foi divulgada em suas redes de comunicação e contém os nomes de mais de oito mil pessoas, inclusive de brasileiros.
A organização terrorista não anunciou precisamente quantos brasileiros foram “marcados para morrer”, mas calcula-se que a lista pode conter até 39 pessoas. A relação foi encontrada pelo grupo Vocativ, expert em investigações da conhecida “deep web”, a área da internet que não está acessível aos mecanismos de busca.
No total, a listagem ordena o assassinato de 8.318 pessoas do mundo todo, sendo a grande maioria de americanos. Os terroristas revelaram a relação em um grupo do aplicativo Telegram. Nela incluem-se nomes, endereços e emails dos alvos. A “lista da morte” foi tornada pública pela ramificação tecnológica do Estado Islâmico, o United Cyber Caliphate (Cyber-califado unificado, em tradução livre).
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São 7.848 americanos, 312 canadenses, 69 australianos e 39 britânicos. Outras 50 pessoas fazem parte de um conjunto de países que englobam Brasil, Bélgica, China, Estônia, França, Alemanha, Grécia, Guatemala, Indonésia, Irlanda, Israel, Itália, Jamaica, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Suécia e Trinidad e Tobago. No comunicado, o Estado Islâmico ordena que seus adeptos “sigam” os alvos mencionados e “matem-nos para vingar os muçulmanos”. Ainda não há informações sobre por que as pessoas da lista foram escolhidas.
Desde novembro de 2015, logo depois dos ataques à Paris, experts em segurança suspeitam que o Estado Islâmico esteja fazendo planos de um ataque ao Brasil. Esses profissionais, porém, não chegaram a uma conclusão comum sobre o propósito da lista: se são ameaças verdadeiras que precisam ser encaradas seriamente ou se a intenção é somente atemorizar os que tiveram o infortúnio de terem sido escolhidos.
Nesta semana, um homem foi preso em Santa Catarina (Chapecó) sob a suspeita de estar preparando ataques com armamento de longo alcance, sob ordens do Estado Islâmico. Em novembro do ano passado, um integrante da organização publicou no Twitter uma ameaça ao país e, depois de alguns meses, o departamento de imigração americano constatou que uma célula do grupo age no Brasil praticando o tráfico de pessoas.