Por Brehnno Galgane, Terça Livre
O engenheiro eletrônico Carlos Rocha, responsável pela equipe que desenvolveu e fabricou a urna eletrônica brasileira, disse no último sábado (24) ser favorável a implementação do voto auditável no Brasil. Rocha defendeu ainda a importância da descentralização de poderes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Carlos Rocha é formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e CEO da Samurai Digital Transformation.
“É essencial adotar o princípio da segregação de funções recomendado pela norma ISO 27.001 [de segurança da informação] e pelo Tribunal de Contas da União. Este princípio recomenda a distribuição das funções – hoje centralizadas na administração eleitoral -, a certificação prévia de equipamentos e programas utilizados na eleição e as auditorias após a eleição que devem garantir a integridade do sistema e também a certificação dos resultados”, afirmou o engenheiro eletrônico.
Carlos Rocha disse ainda que não existe impedimento tecnológico para implementação do voto auditável no sistema eleitoral do Brasil.
“Quando nós conversamos com o Tribunal de Contas, nós perguntamos: ‘vocês auditam o sistema de missão crítica?’ Eles disseram: ‘Nós auditamos o sistema brasileiro de submarinos’. ‘Interessante, por que vocês não auditam o sistema eletrônico de votação do TSE?’ ‘Ah é muito delicado, muito político’. Eu digo: ‘bom, vocês são o TCU. Vocês têm competência constitucional para auditar’”, declarou o engenheiro.
“Ou seja, nós temos um problema que precisa ser resolvido. É um problema de gestão, não um problema tecnológico. O problema está na forma como as pessoas conduzem a gestão da administração eleitoral”, afirmou o desenvolvedor da urna eletrônica, em outro vídeo para o mesmo canal.