Depois de testarem a novidade pelo período de seis meses, empresas que participaram de experimento sobre a semana de quatro dias de trabalho no Brasil decidiram manter o modelo. O projeto mostrou resultados que levaram algumas das companhias participantes a optar pela continuidade ou expansão do novo formato.
Dentre as 19 empresas que participaram do projeto piloto, oito decidiram adotar permanentemente a semana reduzida de quatro dias. Outras sete empresas optaram por estender o teste até o final do ano para avaliar os impactos a longo prazo. Entre essas últimas, uma anunciou planos de expandir o modelo para outras áreas da companhia, enquanto três realizarão ajustes no formato, como conceder uma folga a cada 15 dias.
Os resultados do teste revelaram que a carga horária reduzida trouxe aumento na energia e na produtividade, relatam tanto líderes quanto trabalhadores. No entanto, o projeto também mostrou alguns desafios: quase metade dos participantes sentiu que o ritmo de trabalho ficou mais acelerado, e 20% comunicaram aumento na pressão.
A decisão das empresas de continuar com a semana de quatro dias ou estendê-la impactou determinados aspectos do ambiente de trabalho. A redução na carga horária semanal parece ter contribuído para melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de aumentar a motivação dos funcionários.
Apesar das vantagens, a preocupação com o ritmo acelerado de trabalho aponta para a necessidade de ajustes no modelo, segundo as empresas. As que optaram por fazer modificações, como a introdução de uma folga quinzenal, buscam atenuar essas questões e aprimorar o formato da semana reduzida.
O projeto é parte da iniciativa mundial conduzida “4 Day Week Brazil”, parceira da “4 Day Week Global” – organização que se diz “sem fins lucrativos”. A intenção alegada é avaliar e promover novos modelos de trabalho, de modo a melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, bem como a eficiência das empresas.
Fundada na Nova Zelândia pelos empresários Andrew Barnes e Charlotte Lockhart, a instituição realiza pesquisas para apoiar a implementação de semanas de trabalho mais curtas em diversos países. Com aprovação inicial no Brasil, a expectativa é que mais empresas adotem o modelo, troquem experiências e ajudem a refinar os aprendizados.