A Embraer (EMBR3) comunicou nesta segunda-feira (16) que receberá da Boeing US$ 150 milhões (aproximadamente R$ 825 milhões na cotação atual) por decisão da Corte Arbitral de Nova Iorque, nos Estados Unidos. O pagamento encerra o imbróglio judicial entre a fabricante de aviões brasileira e a norte-americana, que se arrastava há quatro anos.
A ação aconteceu em 2020, depois de a Boeing desistir unilateralmente de um acordo de fusão e aquisição, em uma associação que incluía a produção da aeronave C-390 Millennium.
Em 2018, as duas empresas firmaram a parceria para criar uma joint venture no Brasil, com a Boeing controlando 80% da nova companhia. O negócio foi avaliado, na época, em U$ 4,2 bilhões (equivalente a R$ 23 bilhões na cotação atual).
No entanto, o contrato definitivo para a criação da Boeing Brasil Commercial não foi assinado na data esperada.
Segundo o JP Morgan e o Itaú BBA, o valor estipulado pela Corte norte-americana ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa um montante entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões (equivalente a R$ 1,6 bilhão e R$ 2,2 bilhões, respectivamente). A quantia projetada pelos analistas incluía o reembolso completo dos custos e as multas.
Essa frustração impactou negativamente os papéis durante o pregão de hoje. Por volta das 13h30 (pelo horário de Brasília), as ações da Embraer caíam 5,10%.
O comunicado oficial da empresa brasileira sobre o valor estipulado na disputa judicial foi divulgado em um Fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta manhã. A Boeing também emitiu uma nota falando sobre o encerramento da ação.
“Estamos satisfeitos por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer”, disse a fabricante norte-americana. “De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira.”