Por Marina Dalila
O embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman, afirmou que o Brasil poderá sofrer consequências se autorizar produtos da empresa chinesa Huawei na realização dos projetos de infraestrutura 5G no Brasil, de acordo com O Globo.
“Cada país é responsável por suas decisões. As consequências que estamos vendo no mundo é que há um receio de empresas que estão baseadas na propriedade intelectual de fazer investimentos em países onde essa propriedade intelectual não seja protegida”, afirmou Todd.
De acordo com a Reuters, o governo dos Estados Unidos tem intensificado os esforços para restringir o papel da Huawei na implementação da tecnologia de quinta geração de alta velocidade na maior economia da América Latina. Ele acredita que a Huawei entregaria dados ao Partido Comunista Chinês (PCC) por espionagem. A Huawei nega que espie para a China.
De 2009 em diante a China tomou a posição dos EUA como maior parceiro comercial do Brasil. A China tem investido maciçamente na expansão de infraestrutura, não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina, de acordo com o DW. Em 2019, os brasileiros exportaram 62 bilhões de dólares em mercadorias para a China, sendo que os três principais produtos de exportação são soja, petróleo bruto e minério de ferro, afirmou o DW.
O vice-presidente da república, Hamilton Mourão, afirmou na segunda-feira (3) que o Brasil não teme consequências caso escolha a chinesa Huawei que possui “uma capacidade acima de muitos concorrentes”, para instalar a conexão 5G no país, após advertências do embaixador dos Estados Unidos em Brasília, afirmou a Istoé.
Mourão disse “o que deve ficar claro é que atualmente mais de um terço do que temos da operação 4G por nossas empresas de comunicações já possui equipamentos da Huawei. Se banirmos a Huawei, nossas operadoras serão prejudicadas porque o equipamento precisará ser retirado” , disse o general de acordo com a Istoé.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, acusou o governo dos EUA de buscar eliminar a Huawei por todos os meios “Pompeo e alguns políticos dos Estados Unidos pressionaram repetidamente outros países direcionados à cooperação 5G de outros países e os coagiram abertamente a obedecer à vontade dos Estados Unidos. Este é um ato hegemônico flagrante”, conforme a AFP Português.
De acordo com Leonardo Euler, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o leilão da rede 5G no Brasil dificilmente acontecerá ainda este ano. Os testes de conveniência de frequência com a televisão parabólica foram paralisados por conta da pandemia do coronavírus, o que adiou os planos. “Estamos trabalhando [para realizar o leilão] no primeiro semestre, na melhor das hipóteses, no primeiro trimestre”, destacou Euler de acordo com o OlharDigital.
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