Por Diário do Poder
A ONG World Resources Institute (Instituto de Recursos Mundiais, em tradução livre) lançou em 5 de dezembro (durante a Conferência do Clima da ONU, COP24), na Polônia, o estudo “Criando um futuro alimentar sustentável — Um menu de soluções para alimentar quase 10 bilhões de pessoas até 2050”.
Produzido em parceria com o Banco Mundial, a ONU Meio Ambiente e outras agências de pesquisa, o estudo afirma que um dos principais meios de se mitigar o impacto do agronegócio no meio ambiente seria limitar o consumo de carne vermelha. Isso ajudaria a conter a emissão de gases de efeito estufa e a exploração da terra pela pecuária.
O estudo faz um pedido em especial ao Brasil. Segundo o levantamento, os brasileiros foram os que mais consumiram carne vermelha no mundo: cerca de 140 calorias diárias por pessoa em 2010. A meta proposta pelos pesquisadores é limitar a 52 calorias diárias por pessoa até 2050.
Se no Brasil significa uma redução de 63% na porção de carne, para toda a população da África, do Oriente Médio e da Ásia, no entanto, seria possível manter ou até aumentar o consumo atual.
O mundo deverá ter em torno de 10 bilhões de pessoas em 2050. E, segundo os especialistas, se continuar no ritmo atual, a demanda por carne vermelha deve apresentar um crescimento de 88% entre 2010 e 2050.
Segundo os pesquisadores, além do desmatamento, empobrecimento do solo e a emissão de gases de efeito estufa, a pecuária também utiliza água em excesso. Isso porque, para produzir 1 kg de carne, são consumidos, em média, 100 mil litros de água.