Em posse de Dilma na China, Lula diz que Brasil está “de volta à cena internacional”

Por Agência de Notícias
13/04/2023 14:29 Atualizado: 13/04/2023 14:29

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (13), em Xangai, da posse de Dilma Rousseff como nova chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como o “Banco do BRICS”.

Além do Brasil e dos outros países que integram o grupo BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), também são acionistas do banco Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.

Em discurso proferido na sede do NDB, em Xangai na China, Lula descreveu Dilma como uma “mulher forte” e ressaltou que a instituição – que financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em seus integrantes – “tem todas as condições para se tornar o grande Banco do Sul Global”.

“O tempo em que o Brasil estava ausente das grandes decisões globais está no passado. Estamos de volta à cena internacional após uma ausência inexplicável”, afirmou.

Por sua vez, a nova presidente do banco prometeu “modelos de financiamento inovadores, capazes de atrair recursos públicos e privados para o máximo impacto”, assim como financiar os projetos do banco em moedas locais, “favorecendo os mercados domésticos e reduzindo a exposição às flutuações das taxas de câmbio”.

“A criação do NBD é um reflexo crescente (…) da necessidade de estes países se apoiarem mutuamente, levando em conta os problemas que sempre enfrentamos quando se trata de financiamento”, acrescentou Dilma.

Indicada por Lula

Apoiada por Lula, Dilma foi confirmada em 24 de março como a nova presidente do NBD, substituindo o economista e empresário brasileiro Marcos Prado Troyjo, que tomou posse em 2020, chancelado pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro, para um mandato até 2025, que ela agora vai completar.

O NBD, com um capital de US$ 100 bilhões, foi fundado em 2014, quando Dilma era presidente do Brasil. A cidade de Fortaleza sediou a cúpula que deu origem ao banco.

A posse de Dilma foi o primeiro compromisso de Lula em sua visita oficial à China, descrita pelo Planalto como “uma das mais importantes do início de seu terceiro mandato” e cujo objetivo é reforçar as relações com o país asiático, principal parceiro comercial do Brasil desde 2009.

A comitiva de Lula conta com ministros, empresários, governadores e parlamentares. A viagem estava inicialmente marcada para o final de março, mas foi adiada depois que Lula contraiu uma broncopneumonia.

A agenda de Lula na China inclui até sexta-feira encontros com empresários e com o líder do Partido Comunista Chinês (PCCh), Xi Jinping, entre outras autoridades. É esperado que cerca de 20 acordos serão assinados para fortalecer os laços bilaterais nas áreas de comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas no âmbito da parceria estratégica bilateral.

Um desses acordos, anunciado anteriormente e que ganhou ampla repercussão internacional, envolve o estabelecimento de transações comerciais diretas entre Brasil e China em iuane, “sem a necessidade de dolarização”. Hoje cedo, Lula defendeu a medida.

“Por que todos os países estão obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? Por que não podemos fazer o nosso comércio lastreado na nossa moeda?”, questionou.

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