O senador Eduardo Girão (Novo-CE) reiterou, em fala no Plenário no dia 14 de maio, sua oposição ao retorno de cassinos e outros jogos de azar no Brasil. Em pronunciamentos desde 2023 no Senado, Girão destacou os riscos sociais e econômicos associados à legalização dessas atividades e criticou a maneira apressada com que o projeto de lei está sendo debatido.
Durante um discurso no plenário, Girão afirmou que “votar bingos e cassinos agora é uma tragédia em cima de outra tragédia”. Ele ressaltou que a legalização dos jogos de azar traria consequências graves, como a lavagem de dinheiro, aumento da corrupção e perdas financeiras para as famílias. Segundo Girão, “estudiosos no assunto são unânimes em constatar que esse tipo de jogo é uma das maiores portas para a lavagem do dinheiro sujo oriundo da corrupção e do tráfico de drogas”.
O senador também criticou a inclusão de “jabutis” no PL 2234/22, que legaliza jogatinas e que até mesmo permitiria a instalação de máquinas de caça-níqueis em estabelecimentos como padarias e farmácias. Para ele, a medida que autoriza cassinos online pode transformar-se em um grande problema de saúde e segurança pública.
Em seu discurso, Girão alertou para o impacto negativo das apostas esportivas, destacando que a população mais vulnerável está sendo atingida em cheio por essa prática. Ele citou uma matéria da revista Veja, que afirma que um deputado teria pedido propina para aprovar leis favoráveis a empresas de apostas e não pressioná-las na CPI da Câmara que apura manipulação de resultados em partidas de futebol.
Girão enfatizou a necessidade de proteger o patrimônio esportivo do país, como o futebol, e defendeu a proibição de patrocínios dessas empresas em arenas, ginásios ou outras praças de esporte. “Eu estou aqui para defender a população brasileira, que vai ser a maior desgraçada com essa coisa do jogo voltando para o Brasil, um libera geral jamais visto, um vale tudo pelo dinheiro”, afirmou o senador.
No discurso do dia 14, Girão ainda afirmou que seria uma falácia o argumento de que a legalização atrairia empregos e turismo, mas que na verdade, atrairia pessoas interessadas na prostituição infanto-juvenil.
O senador concluiu seu discurso fazendo um apelo para que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP), retire o assunto da pauta. “É um golpe nos brasileiros discutir esse assunto tão importante quando está todo mundo olhando para resolver o problema no Rio Grande do Sul”, completou Girão.