Após o encerramento da greve dos servidores do Ibama e do ICMBio, diplomatas brasileiros representados pela ADB Sindical, aprovam indicativo de greve segunda-feira (12), como resposta direta à insatisfação com a proposta salarial apresentada pelo governo.
A tensão entre os diplomatas e o governo começou a se intensificar durante as negociações salariais conduzidas ao longo do último ano. A ADB Sindical, que representa os interesses dos diplomatas, apresentou inicialmente uma proposta de reajuste linear de 36,9%, argumentando que esse aumento era necessário para compensar as perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
Além disso, o sindicato destacou a necessidade de equiparar os salários dos diplomatas às outras carreiras de Estado, como Delegados da Polícia Federal e Auditores da Receita Federal, que historicamente têm recebido reajustes mais robustos.
A proposta da ADB Sindical incluía aumentos de 28,6% para 2025 e de 8,3% para 2026. Esses reajustes visavam não apenas compensar a inflação, mas também reestruturar a carreira diplomática, tornando-a mais atraente e competitiva.
A ADB Sindical argumentou que os diplomatas desempenham um papel fundamental na defesa dos interesses nacionais e na projeção internacional do Brasil, e que, portanto, deveriam ser devidamente valorizados.
Contraproposta do governo
Em resposta, o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) apresentou uma contraproposta que oferecia aumentos salariais não lineares, variando de 7,8% a 23%, dependendo da classe hierárquica dos diplomatas. No entanto, essa proposta foi recebida com insatisfação generalizada pelos membros da ADB Sindical. Segundo o sindicato, a contraproposta do governo falha em reconhecer as demandas principais da categoria, especialmente em relação às distorções salariais e à falta de previsibilidade nas promoções.
A ADB Sindical expressou que a proposta do governo não é suficiente para compensar as perdas inflacionárias, e muito menos para restaurar a paridade salarial com outras carreiras de Estado. O sindicato também criticou a falta de uma abordagem mais abrangente por parte do governo, que considerasse não apenas os salários, mas também a estrutura da carreira diplomática como um todo.